ILNÁ ESCÓSSIA – Ativista deixa legado de dedicação e amor à vida no combate ao câncer

Segunda filha do casal Lauro da Escóssia Filho e Maria Sylvia Melo da Escóssia, Ilná Escóssia teve uma vida de lutas e conquistas. Após 17 anos de luta contra o câncer, Ilná faleceu no último dia 20, vítima de complicações, deixando um legado de dedicação e amor à vida.

Natural de Mossoró, Ilná Escóssia nasceu no dia 19 de janeiro de 1959. Era casada com Cláudio Roberto Fernandes da Rocha Pitta, com quem teve duas filhas: Natália e Virgínia. Ela também deixou uma neta de 11 anos, Luiza. 

Estudou no Colégio Diocesano Santa Luzia (CDSL) e após se mudar com os pais para Fortaleza (CE) foi aluna do Colégio Cearense Sagrado Coração. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Depois de formada, fez residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, em Recife (PE). 

Aos 39 anos, após um exame de mamografia, recebeu o diagnóstico de um carcinoma. Submeteu-se à primeira cirurgia para retirada da mama direita, além de quimioterapia em 28 sessões de radioterapia em São Paulo. O câncer, em vez de abatê-la, a fez com que se dedicasse ainda mais à medicina. 

Decidiu se especializar em Mastologia e passou a tratar o câncer de outras mulheres. Ilná Escóssia tinha o desejo de ir além do tratamento a outras pessoas e foi assim que decidiu criar o Grupo Amar, de apoio e prevenção ao câncer de mama.

No Amar, as mulheres recebiam informações sobre a prevenção e o tratamento da doença, além de atendimento complementares com sessões de psicologia, fisioterapia e terapia ocupacional. As mulheres compartilhavam experiências sobre o diagnóstico, o tratamento, os exames, a mutilação, a perda do seio e do cabelo.

Em um trabalho totalmente voluntário, Ilná Escóssia também dava palestras sobre prevenção ao câncer de mama e se dispunha a atender de graça a quem não podia pagar. Tornou-se uma ativista contra o câncer de mama. Visitava empresas, hospitais e comunidades rurais, falando sobre a importância do autoexame e da realização da mamografia periódica.

O câncer reapareceu em 2008, com sinais de metástase óssea. Em 2014, ela foi diagnosticada com um câncer inflamatório “raro e agressivo” apareceu na mama esquerda, que teve que ser retirada em 2015. Após complicações, ela faleceu na última semana.

“Ilná Escóssia foi uma mulher guerreira, que viveu para cumprir sua missão. Não dizemos que ela perdeu a batalha contra o câncer, mas que ela venceu a batalha. Ela usou a doença para ajudar as pessoas, desenvolveu um projeto que foi pioneiro do Brasil de prevenção ao câncer. Apesar da dor, temos orgulho de termos compartilhado de sua vida. A guerreira se foi, mas o legado fica”, esclarece Carla Escóssia, irmã de Ilná.