HISTÓRIA: “O ANIVERSÁRIO DA CIDADE DO NATAL”

 

Ney Lopes

Hoje, 25 de dezembro, dia do nascimento de Cristo e também 423 anos de fundação da cidade do Natal.

Natal se conta entre as cinco primeiras cidades do Brasil, antes de findo o século XVI.

Em 25 de dezembro de 1597, Jerônimo de Albuquerque entrou na barra do rio Potengi (“esquina das Américas”) e fundou a cidade do Natal.

Doze dias depois – 6 de janeiro de 1598 – começava a construção do forte dos “Reis Magos”.

A cidade do Natal é uma das mais antigas do Brasil. Ela se conta entre os poucos núcleos urbanos no país, que surgiram ainda no século XVI.

Os primeiros historiadores que registraram o nascimento de Natal também mencionam ordens régias para a construção de uma fortaleza e fundação de uma povoação, exatamente como fizera D. João III décadas antes, em relação à cidade de Salvador

Natal recebeu diferentes nomes como “cidade de Santiago ou, “cidade dos Reis”, em algumas ocasiões.

O nome de “cidade” ou “cidade do Natal”, termos que se repetem ao longo dos séculos – e não “cidade de Natal”, como, aliás, também constatou Cascudo, aparecem igualmente nas décadas seguintes à da sua fundação.

Natal, que ainda no início do XIX era tão pequena que parecia não merecer o título de “cidade” foi ao longo de sua história um instrumento da “geopolítica” internacional.

Dignificou um marco da maior importância, uma sentinela lusa na disputa territorial, que era constante a partir do Brasil Colônia.

A “cidade presépio” – como é conhecida – se tornou local único para as autênticas comemorações do “Natal em Natal”.

Sempre sugeri a encenação do nascimento de Cristo no Forte dos Reis Magos, a exemplo do espetáculo da Paixão em Nova Jerusalém, durante a semana santa.

Seria um período iniciado em dezembro, prolongando-se até 6 de janeiro.

Atrairia milhares de visitantes do mundo.

No mundo existem duas cidades com o nome de Natal.

Na África do Sul, país com apenas 8% de católicos, o navegador português Vasco da Gama, em 25 de dezembro de 1497, quando viajava para as Índias, ancorou num porto da costa leste, que cognominou de Natal.

O poeta Fernando Pessoa viveu a sua juventude nesta cidade africana.

A propósito da cidade do Natal, lembro a visita que fiz com Abigail a cidade de Belém, na Palestina, símbolo do período natalino, distante cerca de 10 quilômetros de Jerusalém, no limite do deserto da Judéia.

Um muro de concreto armado rodeia a cidade de 30 mil habitantes e impede a comunicação com Israel.

O ponto central para o visitante cristão é a Basílica da Natividade, construída no século IV DC, dividida entre as religiões católica romana, Armênia e ortodoxa grega.

A porta central de acesso tem espaço aberto, com cerca de um metro de altura, para que as pessoas obrigatoriamente se curvem ao entrarem no Templo, em gesto de humildade.

A maioria se dirige à gruta da natividade, o local do nascimento de Cristo, no subsolo abaixo do altar mor, na área administrada pelos ortodoxos gregos.

Despertam ainda curiosidade, as grutas dos santos inocentes, de São José, de São Jerônimo, do leite e o Campo dos Pastores.

Ao lado, a Igreja católica de Santa Catarina de Alexandria, onde é celebrada anualmente a missa do galo.

O Natal de 2022 é o Natal da fé e da confiança.

Que Deus proteja a todos!

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