Henrique Alves: Tribuna do Norte, 73 anos de respeito

Tanto tempo se passou. Quantos brasis atravessamos, de paz, de liberdade, da ditadura militar, de um povo sem voz e sem voto, da luta emocionante pela democracia, da Constituição Cidadã! E em todas essas caminhadas uma luz resistia. Tênue ou forte. A da liberdade de imprensa! E com ela o Brasil ver, ler, ouvir e ser!

Com muita honra essa chama de vida esteve acesa no nosso RN. Tempestades, trovoadas, vinham e iam! Injustiças, ódio e medo. Mas uma voz e uma velha máquina de escrever anoiteciam e amanheciam na velha e histórica Ribeira! Aluízio Alves! Visionário ao enxergar e buscar o futuro do seu Estado! Idealista ao perceber a força da conscientização, do conhecimento, da comunicação. E aí, sem ódio e sem medo!

Resistir era preciso. Uma Tribuna assim teria que vir de uma tribuna mesmo. Meu pai, o mais jovem constituinte de 1946, 23 anos, no tempo se aproximou do jornalista e líder Carlos Lacerda, no Rio onde morávamos! E logo juntos na Tribuna da Imprensa, no RJ! Aí confirma sua vocação desde jovem, em Angicos, quando escrevia e saía distribuindo o texto como se um jornalzinho fosse!

Por todos esses caminhos se revelava o sonho de sua Tribuna do Norte. Mesmo com a apaixonada vida pública, 1960 seu clímax e grito de Esperança lá do Cabugi, o jornalismo foi a sua grande paixão! Uma curiosidade: minha mãe naquele corre-corre da política das ruas, dia e noite e vigílias sem fim, o que mais reclamava era “o Aluízio da Tribuna!” Ela, TN, e filhos, nós quatro, era a única que não tinha hora para chegar ou sair. E só um amor assim para fazer chegar nesse Brasil e RN a Tribuna de Norte. Uma vida!

Nessa longa estrada muitos amigos e solidariedade! Um em nome de todos: nosso saudoso Geraldo Santos. E vizinho ainda. E aqui a deferência especial porque tão querida a irmandade  deles: Agnelo e José Gobat. Eram os três na obstinação comum: a Tribuna do Norte.

Não  poderia  encerrar essas palavras neste inesquecível 24 de março, sem agradecer a tantos colaboradores, repórteres, fotógrafos, jornalistas, colunistas (viva Woden Madruga), editores. São a alma de uma Tribuna do Norte assim! Altiva, ética, respeitosa, independente, até porque todos sabemos que o verdadeiro dono de um jornal é o leitor!

Tribuna do Norte, seu símbolo é o Cabugi. Dizendo na sua grandeza a cada um que sobe aquelas escadas sem cansaço: somos aqui a Esperança que não morre. A nossa gente quer paz, respeito, fraternidade, coragem, consciência pela verdade! Aluízio, Agnelo e José Gobat; a luta continua!

Sem ódio e sem medo!

Henrique Eduardo Alves – Presidente da Tribuna do Norte

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