Guerra em Gaza: temor é que hospitais se transformem em “necrotérios”
A situação nos hospitais da Faixa de Gaza atinge seu ponto mais crítico no domingo (12), segundo instituições que atuam na região. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou temer que os hospitais de Gaza se transformem em "necrotérios" se não houver um cessar-fogo.
POR: RF
Vários hospitais em Gaza estão sujeitos a cortes de energia e “ataques” num momento em que a ofensiva das forças israelenses se intensificam. O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, manifestou-se na madrugada de domingo alarmado por ter “perdido contato” com os seus interlocutores no hospital al-Shifa, o maior do território, que vem sofrendo “ataques repetidos”. O exército israelense negou no sábado (11) ter bombardeado este hospital e prometeu ajudar a evacuar os bebês, em risco de morte por causa da falta de energia. Dois bebês prematuros morreram depois que a terapia intensiva neonatal foi forçada a parar devido à falta de eletricidade no local.
Mais hospitais fora de serviço
A Cruz Vermelha anunciou em comunicado de imprensa que o hospital al-Quds está “fora de serviço e não está mais funcionando” devido à falta de combustível e a um corte de energia.
“A equipe médica está fazendo o máximo para tratar pacientes e feridos”, disse o comunicado. Os repetidos pedidos de ajuda internacional urgente, devido ao cerco de uma semana e um apagão de cinco dias nas comunicações e na Internet, ficaram sem resposta. O hospital é deixado à sua própria sorte sob o incessante bombardeamento israelense, colocando médicos, pacientes e civis em sério risco”, disse o comunicado.
Ataque israelense teria destruído parte do hospital al-Shifa
O vice-ministro da Saúde do governo do Hamas em Gaza disse à AFP no domingo que um ataque aéreo israelense “destruiu completamente” o prédio do departamento de doenças cardíacas do hospital al-Shifa.
“O edifício de dois andares do departamento de doenças cardíacas foi completamente destruído num ataque aéreo”, disse Youssef Abou Rich, culpando o exército israelense pelo ataque. A AFP não conseguiu confirmar o ataque no local, mas pelo menos uma testemunha presente no hospital confirmou os danos.
Porta-voz israelense acusa ONU de cumplicidade com Hamas
Segundo Eylon Levy, que cita nominalmente o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) nos Territórios Palestinos Ocupados, estas organizações “ativamente colocam em perigo a vida de civis palestinos. Durante um mês, recusaram-se a apoiar uma evacuação do norte de Gaza. Agora estão colocando a todos em perigo ao apelar para uma evacuação apressada no meio de um campo de batalha urbano”, escreveu na rede social X (antigo Twitter).
Agências internacionais em Gaza colocaram ativamente em risco a vida de civis palestinos.
Num segundo tweet, ele disse: “Nós consideramos o Hamas responsável pelas trágicas mortes de civis em Gaza (…) mas as agências da ONU também devem olhar no espelho para a sua cumplicidade na estratégia de escudo humano do Hamas”.
Levy acusa ONU de cumplicidade com o Hamas
(Com informações da AFP)