Greve dos caminhoneiros fracassa, e lideranças estudam adiar mobilização para 2020
Ensaiada durante todo o ano, a greve dos caminhoneiros foi chamada para esta segunda-feira (16). Porém, a categoria não aderiu à convocatória, e o movimento fracassou. De acordo com Marconi França, líder dos autônomos e responsável pela convocatória, foram registrados sete pontos de paralisação: em Fortaleza (CE), Recife (PE), Teresina (PI), Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Ijuí (RS).
“Foi fraco. Eu esperava um movimento maior. Agora, vamos esperar o final do dia para decidir o que fazemos com a mobilização”, explicou França. “Nunca foi fácil organizar uma greve. Tem que criar um clima que vá evoluindo”, acrescentou, em referência ao sucesso do movimento grevista de maio de 2018, durante o governo Temer (MDB).
O Brasil de Fato apurou que a paralisação deve ser interrompida na tarde desta segunda-feira (16), sem nova convocatória de greve. Dessa forma, os caminhoneiros ligados a Marconi França voltariam a discutir uma nova paralisação somente em 2020.
De acordo com França, lideranças bolsonaristas atrapalharam a paralisação. “Uma das coisas que mais pesaram foi a aproximação do governo com alguns caminhoneiros, que não se movimentaram pela greve e boicotaram nosso movimento”, acrescentou.
Dois dos principais líderes da categoria, Wallace Landim, o Chorão, e Wanderley Dedeco, são próximos ao governo Bolsonaro. O primeiro é considerado aliado de Onyx Lorenzoni (DEM), ministro chefe da Casa Civil. O segundo recebeu, em agosto deste ano, a Cruz de Mauá, honraria do governo federal entregue pelo ministro dos Transportes, Tarcísio Freitas.
Nas redes sociais, ambos desdenharam da greve convocada por França e pediram para que os caminhoneiros não aderissem ao movimento. Apesar do 11º aumento consecutivo no preço do diesel, que está em R$ 3,71 na bomba, Chorão e Dedeco não cogitam uma nova greve.
Edição: Daniel Giovanaz
Brasil de Fato