Governo concorda em manter programa para setor de eventos com teto de R$ 5 bilhões por ano, diz Padilha

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (22) que a equipe econômica concordou em manter o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) até o fim de 2026, mas com teto de R$ 15 bilhões em benefícios fiscais — R$ 5 bilhões por ano.

A declaração foi dada após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e integrantes da área econômica.

 

“A proposta é fechada, tentar fechar no relatório, estabelecer esse teto máximo neste valor e sobretudo o final do programa, o encerramento do programa, ele dure até 2026. Então, a Fazenda vai se envolver diretamente, já teve reuniões junto com o líder da Câmara até o final para fecharmos a proposta final do relatório, [limitado a] R$ 5 bilhões por ano, a medida inclusive foi porque só no ano passado já ultrapassou, chegou a quase 15 bilhões, tem impacto já no ano passado”, declarou Padilha a jornalistas.

O governo buscou acabar com o Perse por meio de medida provisória. Mas a medida não foi bem recebida pelo Congresso, que defende a continuação do programa, sob o argumento de que o setor, abalado pela pandemia, precisa de incentivos. A MP do Perse acabou perdendo a validade.

O Perse foi criado no início da pandemia de Covid-19 para beneficiar o setor cultural. Entre as medidas previstas no programa estão a concessão de benefícios fiscais, e a possibilidade de renegociação de dívidas com descontos para empresas desta área.

Em maio do ano passado, o programa foi prorrogado pelo Congresso até 2026. No entanto, em dezembro, o governo editou uma medida provisória que impõe limites ao Perse, gerando insatisfação entre parlamentares.

Vetos

Padilha também informou que o governo prepara uma contraproposta ao Congresso para tentar evitar a derrubada do veto de R$ 5,6 bilhões em emendas.

 

“Estamos construindo uma proposta para poder ajustar na sessão do Congresso, uma proposta para que a gente possa reaproveitar uma parte desse recurso, que eles estejam em programas importantes, como de desenvolvimento urbano, de infraestrutura para os municípios”, disse o ministro.

Segundo ele, a ideia é retomar parte do que foi vetado às emendas de comissão, que foram turbinadas pelo Congresso. Ele não confirmou, no entanto, se a estratégia é tentar convencer os parlamentares a aceitarem a recomposição de R$ 3 bilhões nessas emendas, como chegou a ser avaliado por integrantes do governo.

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