Gastos com transporte puxam inflação em outubro no Nordeste

Os gastos com transportes foram os responsáveis por metade do acréscimo da inflação do Nordeste registrado em outubro, segundo levantamento realizado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste.

A elevação nos preços de itens como gasolina, seguro de veículos, etanol e passagem aérea resultaram em um impacto de 0,20%, ante o aumento de 0,39% verificado no índice mensal na comparação com o mês anterior. Salvador (2,29%) e Fortaleza (0,60%) foram, respectivamente, as capitais onde se observou as maiores altas com transporte na Região.

No acumulado em 12 meses, os grupos Alimentos e bebidas e Habitação continuam pressionando a inflação nordestina (8,85%) acima do índice nacional (7,87%), o que se revela também no descompasso dos níveis de desaceleração inflacionária.

Enquanto, em nível regional, houve recuo de 0,35%, em nível nacional a retração foi de 0,61% no mesmo período. Na base de comparação, a região metropolitana de maior inflação permanece sendo Fortaleza (10,50%), seguida de Salvador (8,70%) e Recife (7,92%).

Na base de comparação entre setembro e outubro, a inflação em âmbito nacional registrou elevação de 0,20%, alta inferior ao acréscimo observado na região Nordeste no mesmo período (+0,39%). De maneira geral, o levantamento do Etene aponta para um processo de desinflação no Brasil, de maneira que a inflação em 2016 acumula  5,78%, menos do que se observava no mesmo mês de 2015, quando o índice chegava a 8,52%.

Índice regional

O índice regional de inflação é resultado de análise divulgada mensalmente pelo Etene. Elaborado a partir de metodologia própria, o índice utiliza dados oficiais para construir base de análise ampla, válida para toda a região Nordeste, e mensurar também valores para as regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador.

O estudo da inflação regional é baseado em nove grupos de preços. O componente Alimentos e bebidas registrou o maior crescimento do nível de preços: variação de 16% na região e 13,4% no país. O grupo Comunicação apresenta o menor aumento: 3,7% no Nordeste 3,5% no Brasil. A pesquisa é conduzida pelos economistas do Banco do Nordeste Antônio Ricardo de Norões Vidal e Allisson David de Oliveira Martins.