Futebol feminino: 2019 teve exposição e públicos recordes, mas há muito a avançar

“Temporada é divisora de águas para a modalidade no país”. Foi com essa frase que a CBF definiu o que seria o 2019 para o futebol de mulheres. É inegável a importância do último ano para o esporte. Tivemos a maior Copa do Mundo. Os Estados Unidos fortaleceram sua hegemonia e agora são detentores da metade dos títulos mundiais. Megan Rapinoe foi destaque além das quatro linhas, evocando a luta pelo direito das mulheres e LGBT, assim como Ada Noerngberg, Marta e várias outras atletas.

No Brasil, tivemos o recorde de audiência na TV, mais de 30 milhões de pessoas viram o confronto contra a França. A Seleção Brasileira também teve seus altos e baixos, depois de nove derrotas seguidas e uma Copa complicada, Vadão finalmente caiu. O comando técnico foi então para as mãos da sueca Pia Sundhage que chegou a oito jogos sem derrotas e segue na preparação para as Olimpíadas de Tóquio.

Foi também um período de quebra de recordes, nos estádios o futebol de mulheres mostrou seu apelo, mais de 60 mil pessoas foram ver o jogo entre Atlético de Madrid e Barcelona. No Brasil o recorde ficou com a final do Paulistão, Itaquera recebeu 28.609 torcedores. O Corinthians, aliás, teve uma temporada memorável, consagrado como o time com maior número de vitórias consecutivas.

Mas nem tudo são flores, o descaso e as dificuldades permearam 2019. Casos como do Sport, que não dava condições estruturais suficientes para o time, a equipe do Santos que não teve uma vez hotel para ficar, a falta de divulgação de jogos até da seleção, a violência contra mulher por parte de jogadores, racismo, denúncias das atletas ocorreram e é uma realidade a ser transformada. Para 2020 esperamos um ano ainda melhor, a perspectiva das Olimpíadas e a movimentação do mercado da bola são bons indicativos.

 

Brasil de Fato