França vence Marrocos e enfrenta Argentina na final
Paris se prepara para semifinal entre França e Marrocos com forte esquema de segurança
O governo francês anunciou um importante reforço do esquema de segurança, em Paris e no resto do país, para a semifinal da Copa do Mundo de futebol entre a França e o Marrocos, na noite desta quarta-feira (14). O objetivo é reduzir o risco de atos de violência e delinquência e evitar as críticas da oposição.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, quer evitar a repetição dos incidentes do último sábado (10) na Champs-Élysées, em Paris, depois das quartas de final, quando Marrocos e França se classificaram jogando respectivamente contra Portugal e Inglaterra. Ao menos 170 pessoas foram detidas na França, 100 em Paris.
As imagens de baderna na célebre avenida, com torcedores jogando pedras contra a polícia, que revidou com golpes de cassetete, deram a volta das redes sociais e foram usadas pela extrema direita para criticar o governo.
Aproximadamente 20.000 pessoas, franceses e marroquinos, se reuniram na região para celebrar.
“Momento de festa”
O ministro insistiu na ideia de que um jogo de futebol deve ser “um momento de festa” e anunciou a mobilização de 10.000 membros das forças de ordem. Darmanin precisou em entrevista ao canal de tevê France 2 que o esquema seria renovado no sábado, para a disputa do terceiro lugar, e no domingo, para a final da Copa do Mundo.
Darmanin no entanto alertou contra qualquer interpretação “racista” dos distúrbios, enquanto uma parte da oposição de direita e de extrema direita denuncia há dias os incidentes provocados por torcedores de equipes do Magreb na França, entre elas Marrocos e Argélia, em outras competições.
“Existe um tipo de conotação racista em certos comentários”, disse durante a entrevista. “Os marroquinos têm, obviamente, razão de estarem orgulhosos de sua seleção”, acrescentou. “Nossos amigos marroquinos e claro, os todos os torcedores franceses, são bem-vindos (…) Nosso trabalho não é de impedir a festa, mas que ela seja feita em boas condições de segurança”, explicou Darmanin.
“O clima não vai motivar muito as reuniões festivas”, disse o ministro em referências às baixas temperaturas que atingem a França nesta semana. “Ainda que possamos pensar que as pessoas vão querer manifestar sua alegria, o que é legítimo, a comemoração deve ser feita de maneira a respeitar as regras da República, os comerciantes, os policiais”, disse.