Falta de investimentos em infraestrutura prejudica crescimento do país

O estudo “Por que o Brasil investe pouco em infraestrutura?”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrou que o orçamento federal destinou apenas 0,45% das despesas da União para obras estruturantes por todo o país, volume insuficiente para resolver as demandas nacionais por estruturas como estradas, rodovias e saneamento básico.

Um exemplo da falta de investimentos do Governo Federal em infraestrutura pode ser observado em Mossoró, que atualmente não conta com nenhuma grande obra da União ou dos governos estadual e municipal, fator já apontado como negativo por representantes de setores como a construção civil.

Em entrevista concedida ao jornal O Mossoroense em maio do ano passado, o então presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN), Jorge do Rosário, afirmou que a ausência de grandes obras públicas em Mossoró afeta toda a economia.

“Analisando Mossoró hoje é possível ver que não há grandes obras públicas. A única em andamento é o Complexo Viário da Abolição, mas, ainda assim, não tem estado a pleno vapor. Consequentemente, a redução desse tipo de empreendimento diminui a oferta de empregos na construção civil, que afeta os outros setores da economia, como o comércio”, disse.

A nível nacional, o estudo da CNI revela ainda que, dos R$ 2,08 trilhões previstos no Orçamento do Governo União (OGU), apenas R$ 9,4 bilhões foram destinados a obras estruturantes. O baixo investimento em infraestrutura afeta, sobretudo, os setores de transporte, energia elétrica, saneamento e telecomunicações, o que reduz a capacidade de produção do país e a atratividade para investidores internacionais.

No estudo, pesquisadores alertam que, historicamente, o Brasil investe pouco em infraestrutura, o que prejudica o crescimento da economia. Deixar de investir nesta área, esclarecem, reduz a geração de emprego e renda e dificulta o escoamento da produção, devido à ausência de estradas em alguns pontos ou não atendimento a melhorias necessárias nos portos, por exemplo.

A pesquisa da CNI ressaltou que, como 90% das receitas da União estão comprometidas com despesas obrigatórias (Previdência, folha do pagamento, dívida pública e assistência social), restam somente 10% para os “investimentos mais críticos para sustentar o crescimento do país em médio e longo prazos, assegurando o acesso a serviços essenciais para empresas e cidadãos”, diz o estudo.