Exposição aborda vida e obra do artista potiguar Antônio Roseno de Lima

A exposição “A.R.L. Vida e Obra”, do artista potiguar Antônio Roseno de Lima, reconhecido como expoente da arte bruta brasileira, é patrocinada pelo Banco do Brasil e de forma itinerante, percorre os Centros Culturais do Banco do Brasil em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre os dias 24 de janeiro e 18 de março, a exposição acontece na capital mineira e posteriormente partindo para as demais citadas.

CCBB BH

A obra de Antônio Roseno é tese de estudo de mestrado de Geraldo Porto, artista plástico, professor doutor do Instituto de Artes – UNICAMP, curador de A.R.L. Vida e Obra e colecionador das obras do artista e fotógrafo potiguar.

Porto ficou encantado de uma forma que adquiriu todas as obras de Roseno, produziu dissertações acadêmicas sobre o artista e conseguiu o revelar para o mundo, com exposições em São Paulo, Nova York, Alemanha e Campinas. Roseno costumava dizer que “Queria ser um passarinho para conhecer o mundo inteiro!”, frase que aparece em muitos de seus quadros.

 

A.R.L. Vida e Obra - CCBB

 

Quem foi Antônio Roseno

Nascido em Alexandria (RN), o artista mudou-se para na favela Três Marias, em Campinas (SP) em 1976 e permaneceu até a sua morte, em junho de 1998. Em um barraco miserável, pintava em cima de uma mesa abarrotada de papéis e objetos, onde também comia e contava o dinheiro que recebia das crianças da favela em troca de doces. A.R.L., como assinava nas pinturas, coloria seu barraco com obras comoventes, que partiam de materiais precários, a maioria deles encontrados no lixo. 

De sua cidade natal, como tantos outros, foi para o centro-sul do Brasil fugindo da seca e jamais fez o caminho de volta. Veio para São Paulo deixando mulher e cinco filhos, sonhando em trabalhar e ganhar muito dinheiro. Em 1961, aos 35 anos de idade, fez um curso de fotografia e passou a exercer o ofício registrando o cotidiano de crianças – além de aniversários e casamentos – e as fotos logo ganharam as nuances de seus traços.

Apesar da extrema pobreza, Roseno encontrava espaço para se expressar e sonhar, de forma livre, criativa e surpreendente. Os materiais utilizados pelo artista vão de pedaços de latas retirados dos entulhos a papelões, madeira e esmalte sintético das sobras das latas utilizadas para pintar portas.  

Nas obras, as diversas aspirações e sonhos do artista são concretizados através da pintura, como a casa bonita, colorida e com luz elétrica, o prédio moderno e a fábrica onde almejava trabalhar. 

 

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