Escolha do vice na chapa de Álvaro Dias expõe tentativa de isolar Carlos Eduardo da eleição

Uma postagem no twitter publicada sexta-feira (31) pelo ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) jogou luz sobre uma disputa interna na aliança formada pelo atual prefeito de Natal Álvaro Dias (PSDB), candidato à reeleição, que permanecia até então nos bastidores: a escolha do vice na chapa.

Sem mencionar nomes, Carlos Eduardo citou o nepotismo praticado por um certo gestor que, segundo ele, estaria “morrendo de medo”. Nepotismo é a prática ilegal de empregar familiares no serviço público, proibida pela Constituição Federal. Como já é público, a procuradoria geral da República denunciou a nomeação de pelo menos 15 pessoas entre familiares e servidores próximos de Álvaro Dias efetivados sem concurso na Assembleia Legislativa. O atual prefeito presidiu a Casa legislativa entre 1997 e 2003.

Logo após assumir a administração da capital em abril de 2018 com a renúncia de Carlos Eduardo para se candidatar ao Governo do Estado, Dias nomeou a própria irmã, Andréia Dias Viveiro, para o cargo de secretária municipal de Trabalho e Assistência Social. O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello chegou a afastá-la do cargo reconhecendo a prática de nepotismo, mas a Corte reverteu a decisão monocrática alegando que cargos de primeiro escalão são de natureza política, e não se enquadrariam na prática de nepotismo.

Por trás do ataque de Carlos Eduardo está a disputa pela escolha de quem será o companheiro ou companheira de chapa de Álvaro Dias nas eleições marcadas para novembro. O ex-prefeito havia condicionado o apoio a Dias à indicação da advogada Ayla Ramalho Pereira, filha do ex-governador Cortez Pereira e muito próxima de Andréa Ramalho, ex-primeira dama e esposa de Carlos Eduardo. Ayla foi secretária municipal de Tributação e ex-diretora do Procon municipal, ambos os cargos ocupados na gestão de Alves.

O nome de Ayla, porém, já foi descartado. O presidente da Câmara Municipal Paulinho Freire tenta emplacar a vereadora Nina Souza (PDT), que teme não conseguir se reeleger em razão do fim das coligações na eleição proporcional.

Eleita pelo nanico PEN em 2016 com apenas 2.289 votos, a vereadora ficaria de fora se tivesse concorrido pelo atual partido. Há quatro anos, o PDT elegeu quatro vereadores. O último da lista – Chagas Catarino – obteve 4.810 votos, mais que o dobro da votação de Nina. A situação piora ainda mais porque o puxador de votos do PDT na última eleição – Raniere Barbosa, com 10.510 votos – deixou a sigla e agora veste as cores do Avante. A vereadora Júlia Arruda, com com mais de 5 mil votos nas três eleições consecutivas que ganhou, também já saiu do partido e se filiou ao PCdoB.

A briga ainda conta com a tentativa do ex-deputado federal e atual ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho de indicar a irmã Valéria Marinho. A chegada de Álvaro Dias ao PSDB em 2020 tem uma relação direta com a aproximação da gestão dele a Marinho, incluindo o destravamento de algumas obras realizadas em Natal, a exemplo da engorda da praia de Ponta Negra.

Correm por fora ainda o atual presidente da Fecomercio Marcelo Queiroz, entre outros nomes menos cotados.

Mesmo isolado, Carlos Eduardo segue influente em Natal

Embora Carlos Eduardo não participe diretamente das eleições municipais de 2020, em razão de já ter sido reeleito para um segundo mandato em 2016, o ex-prefeito segue sendo um nome muito influente no cenário eleitoral natalense. Não à toa, é o político de Natal que mais venceu eleições municipais nos últimos 20 anos. Foram três vitórias para a prefeitura – 2004, 2012 e 2016 – e 12 anos administrando a capital potiguar.

Parte dessa capilaridade pôde ser vista nas eleições para o Governo do Rio Grande do Norte em 2018, quando obteve mais votos em Natal que a governadora eleita Fátima Bezerra (PT). Com 254.199 votos, o ex-prefeito contou com o apoio de 60,7% do eleitorado natalense no 2º turno.

O nome de Ayla, porém, já foi descartado. O presidente da Câmara Municipal Paulinho Freire tenta emplacar a vereadora Nina Souza (PDT), que teme não conseguir se reeleger em razão do fim das coligações na eleição proporcional.

Eleita pelo nanico PEN em 2016 com apenas 2.289 votos, a vereadora ficaria de fora se tivesse concorrido pelo atual partido. Há quatro anos, o PDT elegeu quatro vereadores. O último da lista – Chagas Catarino – obteve 4.810 votos, mais que o dobro da votação de Nina. A situação piora ainda mais porque o puxador de votos do PDT na última eleição – Raniere Barbosa, com 10.510 votos – deixou a sigla e agora veste as cores do Avante. A vereadora Júlia Arruda, com com mais de 5 mil votos nas três eleições consecutivas que ganhou, também já saiu do partido e se filiou ao PCdoB.

A briga ainda conta com a tentativa do ex-deputado federal e atual ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho de indicar a irmã Valéria Marinho. A chegada de Álvaro Dias ao PSDB em 2020 tem uma relação direta com a aproximação da gestão dele a Marinho, incluindo o destravamento de algumas obras realizadas em Natal, a exemplo da engorda da praia de Ponta Negra.

Correm por fora ainda o atual presidente da Fecomercio Marcelo Queiroz, entre outros nomes menos cotados.

 

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