Domício Arruda
Mal o platô ficou pra trás, o friozinho na barriga das descidas de ladeira é o aviso do começo do fim da tormenta.
Em cidades que liberaram restrições, o movimento da economia não é, nem de longe, o que já foi.
Tirando o camelódromo do Alecrim, quem abriu as portas dos negócios, pode até não dizer, mas não está como esperavam.
Nos restaurantes, apesar da capacidade reduzida e todo o aparato de prevenção, garçons com roupas e capacetes de astronautas, a clientela ainda não voltou.
As emissoras de TV deram conta que o formato soma de baixas e promessa de novos leitos, cansou e já voltaram a mostrar esgoto estourado pra estragar o almoço da audiência, cada dia menos cativa.
Sinais incipientes de mudanças no anormal.
Mesmo assim, há quem já queira começar a escolha dos melhores da tragédia e abrir a temporada das premiações.
Foi só a população se acostumar e aceitar números antes apavorantes que os heróis da guerra que não terminou já querem no peito, medalha de bravura.
Quem se escondeu das primeira batalhas, delegou responsabilidades e só apareceu quando o inimigo já levava suas tropas para invadir outros territórios.
Quem encarou a luta mas exagerou em espetáculos cenográficos para a plateia midiática.
Deles, o tempo em sua razão, cuidará e fará os julgamentos.
Haverá muito marketing a separar de tanto joio. O trigo colhido terá o justo valor.
Ainda é real e cruel, o perigo.
Não é hora e nada há a festejar.
A retomada, a retirada dos escombros e a arrumação da casa estão só começando.
Guardemos luto fechado. E respeitoso silêncio.
Tenham paciência.
Os louros e os galardões podem esperar.
Deixem as auto-homenagens e os louvores já pagos, para receber depois.
Depois que as UPAs forem tantas e tão bem equipadas que nunca mais estarão superlotadas.
Depois que as UTIs tiverem equipes bem treinadas e metade dos leitos disponíveis para os acidentados que voltarão. Infelizmente.
Depois que os elogios aos que nunca se distanciaram do trabalho, arriscando as vidas, forem trocados por salários dignos e justos.
Depois de aprovarem leis que amparem as famílias dos que, desprotegidos, se imolaram nos embates mais perigosos.
Depois que hipertensos, diabéticos e obesos estiverem recebendo a necessária atenção para não serem tão vulneráveis das próximas vezes.
Depois que os idosos tiverem o tratamento que precisam. E merecem.
Depois dos que perderam empregos, encontrarem o que fazer.
Depois que todos puderem respirar.
Livres.
Mal o platô ficou pra trás, o friozinho na barriga das descidas de ladeira é o aviso do começo do fim da tormenta.
Em cidades que liberaram restrições, o movimento da economia não é, nem de longe, o que já foi.
Tirando o camelódromo do Alecrim,quem abriu asportas dos negócios, pode até não dizer, mas não está como esperavam.
Nos restaurantes, apesar da capacidade reduzidae todo o aparato de prevenção, garçons com roupas e capacetes de astronautas, a clientela ainda não voltou.
As emissoras de TVderam conta que o formato soma de baixas e promessa de novos leitos, cansou e já voltaram a mostrar esgoto estourado pra estragar o almoço da audiência, cada dia menos cativa.
Sinais incipientes de mudanças no anormal.
Mesmo assim, há quem já queira começar a escolha dos melhores da tragédia e abrir a temporada das premiações.
Foi só a população se acostumar e aceitar números antes apavorantes que os heróis da guerra que não terminou já querem no peito, medalha de bravura.
Quem se escondeu das primeira batalhas, delegou responsabilidades e só apareceu quando o inimigo já levava suas tropas para invadir outros territórios.
Quem encarou a luta mas exagerou em espetáculos cenográficos para a plateia midiática.
Deles, o tempo em suarazão, cuidará e fará os julgamentos.
Haverá muito marketing a separar de tanto joio. O trigo colhido terá o justo valor.
Ainda é real e cruel, o perigo.
Não é hora e nada há a festejar.
A retomada, a retirada dos escombros e a arrumação da casa estão só começando.
Guardemos luto fechado. E respeitoso silêncio.
Tenham paciência.
Os louros e os galardões podem esperar.
Deixem as auto-homenagens e os louvores já pagos,para receber depois.
Depois que as UPAs forem tantas e tão bem equipadas que nunca mais estarão superlotadas.
Depois que as UTIs tiverem equipes bem treinadas e metade dos leitos disponíveis para os acidentados que voltarão. Infelizmente.
Depois que os elogios aos que nunca se distanciaram do trabalho, arriscando as vidas, forem trocados por salários dignos e justos.
Depois de aprovarem leis que amparem as famílias dos que,desprotegidos, se imolaram nosembates mais perigosos.
Depois que hipertensos, diabéticos e obesos estiverem recebendo a necessária atenção para não serem tãovulneráveis das próximasvezes.
Depois que os idosos tiverem o tratamento que precisam. E merecem.
Depois dos que perderam empregos, encontraremo que fazer.
Depois que todos puderem respirar.
Livres.