Detentos fogem de Alcaçuz através de túnel usado em fuga anterior

A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, localizada no município de Nísia Floresta, foi palco da 13ª fuga do sistema prisional potiguar este ano. Na noite da quarta-feira, 24, por volta da meia noite, detentos escaparam do Pavilhão 1 da unidade usando a mesma escavação descoberta na segunda-feira, 22, e por onde dois presos fugiram no domingo, 21.

A direção da penitenciária ainda não confirmou quantos detentos conseguiram escapar. Porém, populares relataram ter visto um grupo de 10 homens fugir da unidade. Apenas a entrada e a saída do túnel usado na fuga do domingo foram fechadas, mas as escavações por baixo da penitenciária não foram concretadas, o que permitiu que os presos saíssem a partir de outra entrada, cavada em uma das celas do Pavilhão 1.

A lista oficial com a quantidade e os nomes dos detentos que fugiram só será divulgada após recontagem dos presos, a ser realizada na manhã desta quinta-feira, 25. O diretor de Alcaçuz, Ivo Freire, acionou a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) para que seja enviado apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) ou do Batalhão de Choque da Polícia Militar para a reorganização dos detentos.

O Pavilhão 1, onde foi encontrado o último túnel, detinha 300 presos e toda a penitenciária acumula um total de 1.100 presos. A Penitenciária Estadual de Alcaçuz é a maior unidade prisional do Estado.

A forma como Alcaçuz foi construída e escolha do local para a instalação da penitenciária, sobre dunas de areia, é questionada porque, aliado ao déficit de agentes penitenciários, torna fugas mais fáceis.

As fugas e rebeliões no sistema prisional já custaram aos cofres do Estado, conforme divulgou a Sejuc, mais de R$ 7 milhões para reforma das unidades depredadas desde o ano passado. Somente em 2016, o RN acumula 95 detentos fugitivos, sem contar com os homens que podem ter escapado de Alcaçuz ontem.