Desemprego baixo deixa trabalhador mais exigente, e empresários se desdobram para contratar: ‘Já fiz de tudo’
O Brasil nunca teve tantas pessoas trabalhando. São 103,6 milhões de ocupados no país, de acordo com a PNAD Contínua, o maior número desde que o IBGE começou a fazer esse levantamento, em 2012.
O desemprego, por sua vez, atinge 6,8 milhões de brasileiros, ou 6,2% da população na força de trabalho, o menor patamar da história.
E as empresas ainda têm vagas a preencher. Uma pesquisa feita em outubro pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que cerca de 40% dos empresários do setor pretendem contratar funcionários até dezembro.
Na indústria, a expectativa é que mais de 600 mil vagas sejam criadas entre 2025 e 2027, segundo o Mapa do Trabalho Industrial divulgado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
É um cenário bastante positivo para os trabalhadores. Com o mercado de trabalho aquecido, os trabalhadores se sentem mais confiantes para buscar postos com salários maiores, jornadas flexíveis e atividades mais condizentes com as suas qualificações, explica o economista Lucas Assis, da Tendências Consultoria.
Por outro lado, as empresas têm enfrentado dificuldades em contratar. “Fizemos recentemente um mutirão de emprego no comércio com 25 mil vagas, mas não tivemos nem 5 mil pretendentes”, afirma Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.