DEÍFILO GURGEL: FOCLORISTA DE NOSSA TERRA – Wilson Bezerra de Moura

Não fico farto ao comentar fatos antigos. Todos eles ficam escritos na linha do tempo e permanecem ali por séculos e séculos. Resta-nos buscá-los e reavivá-los para novos conhecimentos, não só da história material, mas de nossa espiritualidade, que ajuda a engrandecer de sabedoria e cuja passagem recordativa enaltece as pessoas que marcaram uma época.

O folclorista, escritor, poeta Deífilo Gurgel, nascido na vizinha cidade de Areia Branca, filho adotivo de Mossoró, entre as tantas figuras de nossa história, deu importante e significativa participação na cultura potiguar. Em Natal seu nome ficou marcado na história da terra, iniciado quando ali chegou no ano de 1944, um ano antes do fim da Segunda Guerra Mundial, revolução que espalhou seus cartuchos ofensivos sobre a nação envolvida no conflito.

Deífilo Gurgel chegou a Natal em 1944, quando naquela estrada carroçal era dificulto o trânsito, que chegava a demorar dia e meio para fazer o percurso entre Mossoró e Natal. O meio de transporte era Misto, e ele viajou justamente nesse Misto quando era proprietário o cidadão Zé Rocha, que conduzia os passageiros de Mossoró até a cidade de Lages, quando ali estes pegavam o trem com destino a Natal.

Instalado na nova cidade, Deífilo Gurgel passou a manter os primeiros contatos e fazer novas amizades, aos poucos se infiltrando nos meios intelectuais da época, em sua maioria afeiçoado das letras, até se diplomar, se tornar professor universitário e enveredar os primeiros passos na literatura.

Como professor universitário, escritor, poeta, jornalista, folclorista, Deífilo Gurgel traçou novo perfil na sociedade intelectual, tornando-se nome respeitável na cultura norte-rio-grandense.  Deífilo teve uma vida presente entre os intelectuais da época, entre os muitos o saudoso folclorista Câmara Cascudo, que naturalmente o influenciou na cultura popular.

Conheci de perto o professor Deífilo Gurgel quando do cinquentenário de morte do ex-governador Dix-sept Rosado, ocorrido em 12 de julho de 1951. Quando a Fundação José Augusto realizou uma reunião de debates com estudiosos e pesquisadores da história, quando participei dessa mesa debatedora, fato  ocorrido em 2001, no Teatro Cid Augusto, em Mossoró.