Cúpula da Petrobras diz que Lula foi induzido a erro e Jean Paul pode ser demitido

A Petrobras enfrenta uma nova crise desde sexta-feira 8, após a retenção dos dividendos extraordinários da estatal, avalizada pelo presidente Lula (PT). Interlocutores da empresa alegaram que o presidente foi induzido a erro pelo Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira. Esta decisão resultou em uma queda acentuada nas ações da companhia, com perdas superiores a R$ 55 bilhões em valor de mercado.

A disputa de poder se intensificou entre Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, e Silveira, levando a um confronto nos bastidores do governo. Aliados de Lula não descartaram a possibilidade de substituição de Prates, com quem o presidente se reunirá nesta segunda-feira à tarde 11. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também foi alertado sobre os riscos da decisão.

 

Durante uma conferência com investidores e analistas, o diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano, esclareceu que os dividendos retidos não serão direcionados para investimentos, como especulado pelo mercado. Prates pretende apresentar esses argumentos a Lula durante a reunião no Palácio do Planalto.

 

A manutenção dos dividendos teria impacto na cotação das ações, na autonomia da gestão da estatal e na negociação de acordos com a Receita Federal para redução de dívidas. Prates justificará sua abstenção no Conselho de Administração sob o argumento de que a proposta não foi submetida a voto e que sua retomada seria condizente com práticas de mercado.

 

Embora haja pressões para a exoneração de Prates, sua permanência no cargo ainda é incerta. A divergência entre Prates e Silveira reflete possíveis discordâncias na modelagem da Petrobras entre a presidência da empresa e o governo federal. A reunião desta segunda-feira visa esclarecer o balanço da empresa e detalhar o plano de investimentos.

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