Crise demite mais profissionais com nível superior, aponta CNC
Os administradores de empresas estão entre os profissionais com nível superior que mais perderam emprego entre março do ano passado e o mesmo mês deste ano: foram 26,2 mil demissões. Na sequência, estão professores de ensino superior (21 mil demitidos), engenheiros civis (17,6 mil), programadores e avaliadores de ensino (17,6 mil) e advogados (10,6 mil).
Os números fazem parte de um levantamento produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social. “O principal impacto da atual crise econômica sobre o mercado de trabalho tem se revelado através dos consecutivos saldos mensais negativos entre admissões e desligamentos”, explica Fabio Bentes, economista da entidade. Desde o início de 2015, o emprego com carteira assinada já acumulou o corte líquido de 1,86 milhão de vagas formais no País, provocando uma retração de 4,5% no emprego, levando o atual estoque de trabalhadores celetistas ao mesmo nível de junho de 2012 (39,4 milhões).
Nos 12 meses encerrados em março de 2016, as demissões de trabalhadores com nível superior e carteira assinada avançaram 10,8%, contra uma variação de -7,0% na média do mercado de trabalho. “Isso representa a dispensa de 1,01 milhão de empregados nessas condições”, aponta Bentes.
Baixa confiança do empresário retém investimentos e explica demissões, que atingem homens e mulheres igualmente
Segundo Fabio Bentes, a demissão de profissionais com 3º grau acontece na medida em que a confiança do empresariado diminuiu, o que também faz recuar a intenção de manter investimentos, sobretudo aqueles ligados à produtividade. E as demissões atingiram homens e mulheres em igual proporção, já o corte por faixa etária revela que 39,7% dos demitidos tinham entre 30 e 39 anos. E, regionalmente, há um predomínio natural do Sudeste em números absolutos, com 84,5 mil demissões sem justa causa (52,2% do total). Entretanto, as regiões Norte (+14,7%) e Sul (+14,1%) foram aquelas em que o processo de demissões mais se intensificou nos últimos meses.
Do ponto de vista setorial, nota-se que, nos últimos 12 meses até março deste ano, praticamente três em cada quatro demissões (73,1% do total) com as características analisadas ocorreram em quatro subsetores: ensino (42,7 mil); administração de imóveis (38,8 mil), serviços de alojamento e alimentação (19,11 mil) e construção civil (17,8 mil). O estudo da CNC em anexo apresenta dados por Estado, e não por município, e considera somente empregados demitidos sem justa causa ou aqueles que tiveram o contrato de trabalho rescindido.
Fonte: Fecomércio/RN.