Cônego Sales Cavalcanti – Wilson Bezerra de Moura

Temos a preocupação de lembrar e levar ao conhecimento público nomes de pessoas que por esta terra passaram e deixaram suas marcas por relevantes serviços prestados, que mesmo não sendo filhos da terra a ela se dedicaram de corpo e alma, dando de si o melhor que poderia ser e representar para patrícios.

O sacerdote Francisco de Sales Cavalcanti foi uma dessas figuras. Exímio professor de francês, idioma que dominava fluentemente, ensinou em várias escolas, em especial no Colégio Diocesano Santa Luzia, do qual foi seu diretor por muitos anos, idealizador e construtor da nova sede, cujo prédio hoje se encontra a atender as necessidades do ensino em Mossoró.

Era considerado por todos os mossoroenses, em especial por quem o conhecia, como um escritor, com vários livros publicados, entre estes A Abolição em Mossoró, Apontamentos para a Historia do Colégio Diocesano Santa Luzia, Joaquim Bezerra da Costa Mendes, cuja figura foi um dos abolicionistas do 30 de setembro de 1883, e sobre o Padre Mota, sacerdote muito influente na cidade, que assumiu a Prefeitura da cidade, revelando-se pelo bom desempenho como prefeito.

As ideias para construção do novo Prédio do Diocesano afluíram num dado momento em que envia um telegrama ao bispo de Mossoró, Dom João Costa, quando este se encontrava em uma missão catequética na cidade do Assu, informando-lhe que no dia 07 de junto de 1948, estaria dando inicio à construção do prédio, e assim o fez, depois de ouvir do doutor Dix-huit Rosado sua opinião sobre sua pretensão e deste haver recebido o apoio, no mesmo terreno doado por dona Justa Nogueira do Couto, a mesma que havia dado pontapé inicial do Palácio do Bispo, cujo enfoque desse assunto foi dado por mim num artigo que escrevi no jornal Gazeta do Oeste.

Depois de 31 anos ininterruptos de serviços prestados à educação, ao sacerdócio e à cultura em Mossoró, através de livros escritos e poemas publicados na Coleção Mossoroense, de Vingt-un Rosado, este veio a deixar Mossoró e volta a sua terra natal, o Ceará, em 1972, a esperar a morte chegar, onde ali cumpriu pena reservada, na maioria dos casos, aos grandes homens que fizeram a história, desde Colombo, indiferença e injustiça, até seu falecimento em 6 de dezembro de 1991, nascido em 30 de abril de 1911, com 80 anos bem vividos em favor da coletividade.

Aos mossoroenses compete, com honestidade e reconhecimento, velar por sua memória, o que muitos nos engrandece.