Combata o bom combate

 

Creio que somos espíritos em um corpo e não um corpo com espírito. Diante disto, fica a pergunta de onde viemos e pra onde vamos. A idéia de eternidade, de uma coisa que não tem início ou fim determinado, é discutido desde as mais antigas civilizações.

Todas as religiões acreditam em vida após a morte, acreditam no mundo espiritual. Algumas divergem sobre como se dá a pós-morte física, em como se dá o contato com o que chamamos Deus. Alguns perguntam “quem” é Deus, outros “o que é” Deus. Muitas são cristãs e têm no exemplo de Jesus Cristo sua base.

Apesar de todos o que professam alguma fé acreditarem na vida após a morte, há muita dificuldade em se lidar com a partida dos entes queridos desta vida. Mesmo sendo a única certeza universal a de que morreremos um dia, sofremos bastante com a despedida.

O que é uma vida diante da eternidade? Não adianta dizer que é como um grão de areia no deserto, pois a areia, um dia, poderá ter fim. O que sabemos? Não podemos ter certeza, só a fé. A fé nos mostra verdades que podem diferir de uma pessoa para outra, de uma religião para outra. Muitos cometem o equívoco de achar que sua verdade é a correta e a do outro é errada.

Tenho a convicção que dessa vida a gente só vai levar o que vivemos e fazemos. Como disse um amigo esses dias, a hora de fazer o bem é agora, pois ontem já passou e o amanhã pode não existir. Todos nós seremos imortais nas lembranças daqueles que nos amam e no bem que fazemos.

Uma prima querida, que lutava contra o câncer havia quatro anos, partiu para o plano espiritual esses dias. Penso que teve uma sobrevida, apesar da violência da doença, porque nunca baixou a cabeça, nunca perdeu a autoestima, nunca deixou de amar e agradecer pela vida.

Juju tornou-se eterna no coração de todos nós pelo ensinamento que deixou. “Seja feliz”, repetia aos amigos e amigas. Muitos chegavam a pensar que ela não estava doente, já que sempre respondia que estava bem. Uma guerreira. Buscou cuidar da família e amigos até o último momento, quando era ela quem precisava de apoio.

Na minha fé, acredito que ela está sendo amparada por espíritos amigos, livrou-se do invólucro carnal tão machucado pela doença. Precisará de nossas orações para se adequar à esta condição. Logo estará trabalhando pelo bem daqueles que amou e continuará amando, cuidando de todos como fazia quando habitava o plano material.

Seja como for, Juliana nos deixou uma grande lição, a de nunca baixar a cabeça diante das dificuldades. Independente do tamanho do problema, ele nunca será maior do que sua vontade de vencer. Independente do resultado, combata o bom combate. Deixe a lição de que viver vale muito à pena.