Coluna: Maria Carmem e a neuroconversa sobre os transtornos da aprendizagem

Neuroconversa

 

Olá, Aprendentes de meu coração

 

Vamos falar sobre um assunto que é corriqueiro, mas não deixa de ser importante e necessário uma boa compreensão sobre este. É fato que muitas crianças, muitos adolescentes apresentam ou apresentaram alguma dificuldade durante o seu processo de aprendizagem, seja na leitura, escrita, interpretação; ou na matemática com seu raciocínio lógico ou ainda na realização de outras tarefas, como: contornar, sequenciar, desenhar, encaixar…

Tais situações podem ser apenas uma dificuldade que o aprendente tem naquele momento, mas também pode ser um Transtorno de Aprendizagem, ou seja, o cérebro, por algum motivo, não recebe, não processa, não analisa ou armazena as informações adequadamente. Para entender tudo isso primeiro precisamos saber diferenciar “Dificuldade de Aprendizagem” dos “Transtornos de Aprendizagem”. Então, vem comigo!

Primeiro vamos entender que a DA – Dificuldade de Aprendizagem é uma condição passageira que ocorre em um determinado momento da vida da criança por algum motivo externo que dificulta seu processo de aprendizagem, ou seja, é uma espécie de desordem mental que atrapalha o ritmo com que o aprendente se desenvolve. E os fatores externos responsáveis por essa situação, podem ser de questões emocionais, problemas familiares, alimentação inadequada, ambiente desfavorável, metodologia de ensino, espaço escolar e/ou problemas pessoais.

Já o TA – Transtorno de Aprendizagem pode ser compreendido como uma condição neurológica que afeta a aprendizagem e o processamento das informações e difere da DA – Dificuldade de Aprendizagem, principalmente, por ser uma condição permanente.

De acordo com o DSM-5 – Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, os TA são “transtornos que causam discrepâncias entre o potencial e os níveis reais de desempenho acadêmico, assim como as previsões das habilidades intelectuais da pessoa” e são considerados transtornos específicos de aprendizagem porque afetam habilidades especificas. Ou seja, a criança ou adolescente aprende todo o resto, mas apresenta uma dificuldade em uma questão pontual.

Podemos abordar que os TA são considerados um tipo de transtorno neurodesenvolvimental, quer dizer que são distúrbios do neurodesenvolvimento, são condições neurológicas que surgem ainda na infância, geralmente antes da idade escolar e prejudicam o desenvolvimento do funcionamento pessoal, social e acadêmico normalmente envolvendo dificuldades de aquisição, manutenção ou aplicação de habilidades.

Os transtornos podem envolver distúrbios de atenção, memória, percepção, linguagem, solução de problemas ou interação social e podem ser classificados como leves, moderados ou graves (DSM-5). É interessante saber que no Brasil a dificuldade escolar atinge cifras assustadoras, afetando de 30% a 40% das crianças que frequentam o ensino fundamental, mas esses são dados para uma outra conversa.

Em relação a classificação dos TA podemos trazer, por exemplo: dislexia; discalculia; disgrafia; disortografia; transtorno de aprendizagem não verbal; transtorno do processamento auditivo central; TDAH.

Para ajudar um aprendente que tenha algum TA é de extrema importância termos o diagnóstico, quanto mais demorar a acontecer ou não ocorrer, mais a criança pode ser prejudicada, por isso é muito importante que os sintomas sejam reconhecidos pelos pais, profissionais da saúde e da educação para que o diagnóstico ocorra o quanto antes. Afinal, os aprendentes que apresentam algum transtorno acabam desenvolvendo baixa autoestima, desinteresse escolar e até depressão, dentre outras condições.

E é com esse olhar, que nossa coluna começa a desenvolver a partir dessa neuroconversa, a série: Aprendendo um pouco mais, nela vamos trazer durante 05 semanas um olhar, uma neuroconversa direcionada especificamente aos TA – Transtornos de Aprendizagem. Iniciamos hoje com a diferença entre transtorno e dificuldade de aprendizagem e seguiremos nesta ordem:

– Dislexia

– Discalculia

– Disgrafia

– Disortografia

– TDAH

Cada semana uma riqueza de conversa e para não concluirmos, abraços pedagógicos e até a próxima!

 

Por Maria Carmem

Dra da Aprendizagem

@carmem.neuro.psicopedagoga

(84) 996095957

 

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