Coluna Gabriela Soares: Ano novo para mudar a vida das mulheres

 

Todos os anos, por superstição ou hábito, muitas pessoas fazem retrospectivas de suas vidas e revisitam promessas, metas, desejos. Analisam quais objetivos foram alcançados e pensam sobre o que fazer para alcançar o que ainda não foi realizado. Com esse pensamento, e considerando também a quantidade de notícias, estudos, dados aos quais temos acesso diariamente, resolvi fazer essa reflexão, porém pensando sobre a realidade das mulheres.

Se falarmos em proporção, o Brasil hoje tem em sua composição populacional um percentual maior de mulheres do que o de homens – assim como também tem a maioria da sua população negra (pessoas declaradas pretas ou pardas). O fato é que não é possível deixar de lado os indicadores sociais que nos mostram como as mulheres são posicionadas no país.

 

Não trazendo para o centro desse texto números sistematizados sobre acesso à saúde, educação, mercado de trabalho, ocupação de cargos de poder, penso que não podemos, infelizmente, deixar de pontuar uma questão em específico: o aumento dos casos de feminicídio. Só no primeiro semestre de 2023, mais de 700 mulheres foram vitimadas no país. Alinhada a realidade nacional, o Rio Grande do Norte também tem se mostrado um estado cada dia mais perigoso para mulheres.

Obviamente que, junto ao aumento das violências e das suas expressões, vieram também respostas, organização dos movimentos sociais e maior visibilidade e preocupação com a elaboração de projetos e políticas públicas que trouxessem de fato alguma mudança para realidade das mulheres. Não devemos desconsiderar essas iniciativas.

Retornando à reflexão do início, que busquemos, coletivamente, mudar a realidade das mulheres com o mesmo compromisso que elaboramos e nos dedicamos a cumprir nossas metas individuais. Quando uma mulher avança, toda a sociedade avança junto com ela.

Particularmente, meu desejo manifestado nessa primeira coluna de 2024 é que sejamos respeitadas e que permaneçamos vivas e construindo nossas próprias histórias. Vivas.

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