Coluna de Maria Carmem: A magia da neuroplasticidade na aprendizagem

A magia da neuroplasticidade na aprendizagem

 

Esta semana a neuropsicopedagoga, Maria Carmem, conversa sobre a aprendizagem a partir da neuroplasticidade

 

Olá, Aprendentes de meu coração

 

Quem me conhece de pertinho, sabe do amor que tenho pela Literatura em todas as suas nuances e de todas as formas que pode se apresentar. Essa minha paixão faz com que ouse a usurpar termos que são característicos dela e use-os em minhas produções, por exemplo, em um projeto na universidade com o título: Degustações Literárias e muitas outras comprovações que não cabem nesse momento. Assim, mais uma vez usurpei, agora o termo “magia”, usurpado da literatura para conversarmos sobre a aprendizagem e a neuroplasticidade, a junção mágica no processo de aprendizagem.

Sempre que falamos sobre a neuroplasticidade estamos nos remetendo à compreensão de que neuroplasticidade ou plasticidade neural é a capacidade do cérebro de se modificar em decorrência dos padrões de experiência. Para Dennis (2004), a neuroplasticidade pode ser concebida e avaliada a partir de uma perspectiva estrutural (sináptica) ou funcional (modificação do comportamento).

A plasticidade neuronal ou sináptica é o conjunto de processos fisiológicos, em nível celular e/ou molecular, ou seja, é a capacidade das células nervosas de modificar suas respostas a determinados estímulos como função da experiência. De acordo com Izquierdo (2015), a plasticidade se manifesta através da aprendizagem ou formação de memórias e nas memórias mais complexas, as alterações morfológicas das sinapses envolvidas mudam de forma mais significativa.

Quanto à perspectiva funcional, Pereira (2017) afirma que não só o ambiente irá modificarmo-nos, mas ele será igualmente moldado com nossas novas ações, e que, de acordo com que o cérebro e suas conexões ficam mais complexas menos o indivíduo se comporta de forma única e mecanizada, menos ele permite imposições rígidas e fragmentadas. Nesse caso, ocorre exatamente o oposto, ele inova nas respostas, executa tentativa e erro, usa eventualidades aleatórias para novas composições e associações. Por isso, podemos dizer que o fenômeno da neuroplasticidade e aprendizagem explica muito sobre nossos comportamentos e nosso potencial de adaptação.

Mas, como seria realmente isso tudo em nossa aprendizagem? Neuroplasticidade e aprendizagem como se processa essa magia? Primeiro quero esclarecer que o uso do termo magia é utilizado aqui pelo fato dessa pesquisadora ser encantada com o processo de aprendizagem e, de fato, considerar mágico ter vivências com aprendentes que no processo inicial não detinham certos conhecimentos, bases e após determinado tempo, métodos e experiências ampliam, aprofundam o saber.

Dentre muitas riquezas e descobertas que a Neurociência traz pra gente ao explicar sobre a aprendizagem e a neuroplasticidade está a afirmação de que o processo de plasticidade cerebral acontece envolvendo a “via da recompensa”. Além disso, o processo de neuroplasticidade durante o aprendizado também envolve as emoções e suas sensações. Na verdade, estas são as responsáveis pelos estímulos bioquímicos que fortalecem nossos caminhos neuronais.

Dessa forma, podemos inferir que elementos como: repetição, complexidade, prática, vivência, experiência, prazer e recompensa, são indispensáveis ao processo de aprendizagem do sujeito. Por isso, as atividades de treinamento da percepção, foco, memorização, mapas mentais e tantas outras ferramentas, podem nos tornar mais propensos à uma aprendizagem significativa, quiçá mais inteligente. E quem sabe um dia não tenhamos um sistema educacional que se integre mais facilmente com a adaptabilidade do cérebro aprender.

Enquanto isso não acontece, vamos contribuindo com nossos aprendentes da melhor forma possível, sempre prezando pelo seu desenvolvimento, sem jamais esquecer o encantamento do processo. Que nossas crianças possam ser Peter Pan e voem alto na criatividade, desbravando novos saberes. Que Capitão Gancho, se enganche e não atrapalhe o saber e que as Fadas do conhecimento encha-nos de pirlimpimpim para que nosso cérebro, Abracadabra, esteja aberto para as aprendizagens que o mundo pode proporcionar a cada um de nós!

E para não concluirmos, abraços pedagógicos e até a próxima!

 

Por Maria Carmem

Dra da Aprendizagem

@carmem.neuro.psicopedagoga

(84) 996095957

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