Clauder Arcanjo: Pílulas do Silêncio (Parte CXXXVI)

Grava minha frase maior:

estou sozinho

com todas as companhias

do mundo.

(Hildeberto Barbosa Filho, em As palavras me escrevem)

 

Noite não há que consiga habitar a solidão de um homem. É preciso a poesia para compor um verso que tenha o tamanho do vazio desse (des)mundo.

 

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Cada verbo é um sinete, cada verso é um florete, cada estrofe é um falsete, cada poema é um ginete.

Para, enfim, que cada mundo caiba num livro que, dentro de mim, floresce.

 

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Poesia é coisa que só interessa a quem (jura por Deus) acredita, piamente, que ela para nada presta.

 

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Essa caduquice de morrer por uma palavra sumida é coisa de quem é sempre um caso perdido de amor perfeito.

 

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Se a tristeza enferrujar é porque não soubeste trocar o óleo da poesia na quilometragem recomendada das dores da vida.

 

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Os versos não me fazem melhor nem pior, Poeta da Comarca de Pedras, eles tão somente, ridiculamente, me humanizam.

Clauder

Clauder Arcanjo

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