‘Cid vai contar todos os fatos de Bolsonaro que lhe perguntarem’, diz advogado do tenente-coronel

Militar vai prestar novos depoimentos à Polícia Federal depois de fechar acordo de delação, homologado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. "Não teve pressão em momento algum", afirma advogado.

Blog Andréia Sadi

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid vai voltar à Polícia Federal para prestar novos depoimentos em diferentes frentes de investigação. “É o compromisso dele com a delação homologada”, disse ao blog o advogado Cezar Bittencourt, que defende Cid no inquérito das joias sauditas.

Segundo Bittencourt, Cid tem “muito o que falar” e vai contar tudo que viveu com o ex-presidente e os fatos do governo Bolsonaro.

Bittencourt adotou, num primeiro momento, a estratégia de negar que Cid fosse incriminar Bolsonaro porque, segundo explicou ao blog:

  1. Ele não ia antecipar estratégia de defesa;
  2. Quem decide se é crime ou não são as autoridades: a Cid, cabe relatar os fatos.

 

“Não se trata de incriminar A ou B, ele vai contar todos os fatos que viveu com Bolsonaro que lhe perguntarem. Quem vai decidir se é crime são as autoridades”, disse, procurado pelo blog.

 

Acordos de delação pressupõem que o investigado contará aos investigadores tudo o que sabe sobre práticas ilícitas em troca de benefícios. Assim, não terá direito a ficar em silêncio se souber de algo.

Enquanto obteve liberdade, por outro lado Cid passa a ser responsável por entregar aos investigadores novos elementos e provas que os faça avançar na apuração dos supostos crimes.

Bittencourt repetiu o que já tinha dito em entrevista aoEstudio ina GloboNews — mas, agora, com a delação homologada pelo ministro Alexandre de Moraes: Cid era um assessor, um faz tudo de Bolsonaro que o mandava ‘”resolver as coisas”’. “’Você lembra do Sinhozinho Malta? Então, era assim: vai lá e resolve. Ele fazia o que mandavam”.

Ele também reiterou que Cid não ficou com nenhum dinheiro de venda de presentes — e que isso é possível provar por perícias contábeis e informações da Receita Federal.

Ao Estudio i, Bittencourt disse que o dinheiro da venda do relógio foi entregue em espécie para o casal Bolsonaro (Jair e a primeira-dama, Michelle).

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