Cervejarias artesanais colocam Mossoró em posição de destaque no cenário nacional

Seja para assistir uma partida de futebol, seja no happy hour depois do expediente de trabalho, ou no churrasco entre familiares e amigos, a cerveja está sempre presente nos momentos de celebração. Há quem prefira mais encorpada, outros nem tanto. Alguns vão de tradicionais, outros apelam para as especiais, mas o fato é que a cerveja já virou símbolo da descontração.

Segundo o superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Luiz Nicolaewsky, o Brasil é o terceiro maior fabricante de cerveja no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

“Em 2020, a produção foi de 13,3 bilhões de litros. A indústria cervejeira representa 2% do Produto Interno Bruto, R$ 27 bilhões em salários e mais de milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos. Nossa atuação vai do campo ao copo, com impactos positivos em outros setores econômicos, como o agronegócio, transporte, energia, entre outros”, pontua.

“A cerveja tem uma história fascinante. Foi descoberta de forma “acidental” há mais de dez mil anos e é apreciada desde as idades Antiga, Média e Contemporânea. Essa trajetória milenar ganhou o paladar e a paixão do mundo e de todos os brasileiros”, destaca Nicolaewsky.

A estudante de direito, Ana Paula Brendler, tem 21 anos e já provou que realmente é uma amante da cerveja. Moradora de Palmas, em Tocantins, ela saiu do Brasil e foi até Munique, na Alemanha, apreciar novos sabores da bebida. Ela diz que foi uma experiência incrível, uma vez que, na ocasião, também provou o gosto da cerveja de outros países.

“Em cada região ela tinha um sabor diferente, que marcava muito a cultura de cada país. Isso é o que faz a cerveja ser tão diferente. É como um vinho, pois você a aprecia, cheira, sente os sabores. E, assim, proporciona um momento bom com seus amigos, com sua família, apreciando aquela bebida maravilhosa”, considera.

 

Um dia só seu

Pelo seu destaque, a bebida ganhou um dia especialmente dela: a primeira sexta-feira de agosto. Este ano, na última sexta, dia 6. Criada em 2007 em Santa Cruz, na Califórnia, a data passou a ser estabelecida após o americano e amante de cerveja, Jesse Avshalomov, compartilhar a ideia com três amigos e convencer o seu bar preferido a fazer uma festa de comemoração.

Inicialmente, celebrava-se o dia em 5 de agosto. No entanto, depois da edição de 2012, a comemoração passou a ser feita na primeira sexta-feira de agosto. Para a mudança, os idealizadores levaram em conta alguns aspectos: reunir-se com parceiros para saborear a cerveja, celebrar os responsáveis pela sua fabricação, servi-la, e comemorar os tipos de cerveja de todas as nações em um único dia.

 

Yes, nós temos cerveja!

Mossoró também tem ganhado destaque nacional pela produção de cerveja artesanal. A Bacurim, uma das primeiras marcas produzidas em escala comercial na cidade se destaca pelo seu próprio espaço e pela diversidade de marcas.

Ciro Jales, da Cerveja Bacurim, avaliou aspectos do atualmente momento da “loira gelada” no Nordeste e também em âmbito local: “A expansão do mercado cervejeiro no Nordeste vem crescendo nos últimos sete anos. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, estados como Pernambuco e Rio Grande do Norte aumentaram exponencialmente o número de fábricas de cerveja. Mossoró, por exemplo, no ano de 2015, abrigava somente a nossa fábrica; hoje, felizmente, já temos notícia da inauguração da quarta cervejaria da cidade. A grande tarefa das microcervejarias, nesse cenário, é entregar o melhor produto possível, com insumos de qualidade, mas que seu valor final não restrinja a difusão da cerveja local ao consumidor.”

Kleber Santana, diretor comercial da também mossoroense Cabocla, exalta a mudança de comportamento dos cervejeiros nos últimos tempos: “O consumidor de cerveja está mudando de hábito. Ele não quer só se embebedar, ele quer degustar, assim como sente prazer numa boa comida, quer sentir prazer numa boa cerveja. Além disso ele busca informações sobre aquele produto, sobre sua história. E estamos fazendo essa função de disseminador da cultura cervejeira”.

Segundo Kleber, a Cabocla nasceu da vontade de quatro amigos fabricantes de cerveja artesanal caseira, feita na panela, durante uma reunião promovida pela Acerva Potiguar (Associação dos produtores de cerveja artesanal do RN), realizada justamente com o propósito de aproximar os fabricantes de cerveja potiguares.

Comercialmente, foi lançada em 2018, após dois anos de tratativas, organização, levantamento de capital e pesquisas, com dois estilos (Lager e Best Bitter) e com capacidade de produção de 4 mil litros mensais. Atualmente projeta um aumento para até 7 mil litros até o final do ano de 2021 com foco de atuação em Mossoró, Canoa Quebrada/CE, Cajazeiras/PB e Natal, e com planos de expansão regional, nacional e internacional.

Elijanio Soares, da Cervejaria “É o Fraco”, também nascida a partir do hobby de fazer cerveja em casa comenta que Mossoró se destaca hoje no país pelas marcas produzidas: “Com o avanço das cervejarias artesanais, Mossoró já pode se considerar referência no Nordeste em termos de cervejarias artesanais. Nossa cervejaria já é a quarta microcervejaria no ‘país de Mossoró’ e esperamos que isso venha ajudar a alavancar o turismo cervejeiro na nossa cidade, a exemplo de várias cidades das regiões Sul\Suldeste. Por enquanto estamos funcionando apenas com a fábrica, mas esperamos logo em breve abrir o bar da fábrica”.

A Cervejaria Nordestina é a caçula mossoroense, nascida em 2019, do desejo empreendedor de uma recém-formada Engenheira Química, Luana Talita, que está à frente de todas as áreas da empresa, desde a produção até a entrega.

Segundo ela, a cerveja tem, além da missão comercial, também um apelo social: “A nossa missão, além de auxiliar na expansão da cultura cervejeira, é representar o Nordeste com toda sua força e alegria através dos nossos rótulos e nomes das cervejas. Junto com o empoderamento feminino representado pela Maria Bonita, em nossa logo”.

Sobre o atual momento do produto, ela avalia que “O mercado de cerveja artesanal sentiu o impacto da pandemia e soube se reinventar, o que auxiliará na retomada das atividades, trazendo novos hábitos como o aumento do uso de growlers, delivery direto ao consumidor final, barris de chopp em casa, o estímulo das vendas em supermercados locais”.

Ainda segundo Luana, “a abertura da quarta cervejaria em Mossoró consolidou esse mercado na cidade, trazendo desenvolvimento econômico através de geração de empregos, favorecendo o aumento do capital de giro, podendo, ainda, trazer o muitos frutos para a turismo local, com a promoção de festivais cervejeiros na cidade.”

 

CERVEJA BACURIM

Rua Luizinha falcão, 811 – Costa e Silva.

 

CERVEJA CABOCLA

Av. Alberto Maranhão, 694 – Centro.

 

CERVEJARIA É O FRACO!

Rua Frei Miguelinho, 1626 – Nova Betania

 

CERVEJARIA NORDESTINA

Av. João da Escóssia, 711a – Nova Betânia.

Com informações do Portal Brasil 61.

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