Câmara dos EUA aprova megapacote de Trump que reduz impostos, aumenta verba contra imigrantes e corta programas sociais

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (3) o megapacote tributário e orçamentário proposto pelo governo. Agora, a lei segue para sanção do presidente Donald Trump.

 

A votação ocorre dois dias após o projeto ser aprovado pelo Senado. Na Câmara, a proposta foi aprovada pelo placar de 218 a 214, com dois deputados do partido de Trump votando contra o pacote.

 

Intitulado “One Big Beautiful Bill” (Um grande e belo projeto), o texto prevê cortes de impostos, amplia gastos em algumas áreas e reduz recursos destinados a programas sociais. Confira alguns dos principais pontos:

 

aumento de recursos voltados ao controle da imigração;

ampliação dos gastos com Forças Armadas;

cortes em programas sociais — em especial, em saúde e alimentação;

criação de novas isenções fiscais para gorjetas e horas extras;

a revogação de incentivos à energia limpa promovidos pelo democrata Joe Biden.

O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) estima que o pacote orçamentário adicionará cerca de US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões) à dívida pública do país.

 

Houve uma intensa articulação dos republicanos na quarta-feira para a aprovação do megapacote. Na quarta-feira, (2) Trump esvaziou sua agenda para receber na Casa Branca deputados mais moderados e tentar convencê-los.

Durante a madrugada, o projeto esteve sob ameaça após cinco deputados republicanos indicarem que votariam contra o governo. No entanto, os parlamentares mudaram de opinião após pressão do partido e do próprio presidente.

 

Os líderes republicanos da Câmara buscaram acelerar os procedimentos da sessão para conseguir realizar a votação. O objetivo era cumprir um prazo dado por Trump, que deseja sancionar a lei nesta sexta-feira (4) — quando se comemora o Dia da Independência dos EUA.

 

Como a votação entre os senadores foi acirrada, havia o temor de que o projeto pudesse ser rejeitado pelos deputados diante da articulação de democratas para tentar virar votos de republicanos. A deputada Nancy Pelosi, forte voz no Partido Democrata, liderava as tentativas.

 

Câmara dos EUA aprova megapacote de Trump que reduz impostos, aumenta verba contra imigrantes e corta programas sociais

Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA estima que o projeto adicionará cerca de US$ 3,3 trilhões (R$ 18 trilhões) à dívida pública do país.

Por Redação g1

 

03/07/2025 15h27 Atualizado há uma hora

 

Congresso dos EUA debate ‘Grande e Belo Projeto’ de Donald Trump — Foto: AP Photo/Rod Lamkey, Jr.

Congresso dos EUA debate ‘Grande e Belo Projeto’ de Donald Trump — Foto: AP Photo/Rod Lamkey, Jr.

 

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (3) o megapacote tributário e orçamentário proposto pelo governo. Agora, a lei segue para sanção do presidente Donald Trump.

 

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A votação ocorre dois dias após o projeto ser aprovado pelo Senado. Na Câmara, a proposta foi aprovada pelo placar de 218 a 214, com dois deputados do partido de Trump votando contra o pacote.

 

Intitulado “One Big Beautiful Bill” (Um grande e belo projeto), o texto prevê cortes de impostos, amplia gastos em algumas áreas e reduz recursos destinados a programas sociais. Confira alguns dos principais pontos:

 

aumento de recursos voltados ao controle da imigração;

ampliação dos gastos com Forças Armadas;

cortes em programas sociais — em especial, em saúde e alimentação;

criação de novas isenções fiscais para gorjetas e horas extras;

a revogação de incentivos à energia limpa promovidos pelo democrata Joe Biden.

O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) estima que o pacote orçamentário adicionará cerca de US$ 3,3 trilhões (aproximadamente R$ 18 trilhões) à dívida pública do país.

 

Houve uma intensa articulação dos republicanos na quarta-feira para a aprovação do megapacote. Na quarta-feira, (2) Trump esvaziou sua agenda para receber na Casa Branca deputados mais moderados e tentar convencê-los.

 

 

Durante a madrugada, o projeto esteve sob ameaça após cinco deputados republicanos indicarem que votariam contra o governo. No entanto, os parlamentares mudaram de opinião após pressão do partido e do próprio presidente.

 

Os líderes republicanos da Câmara buscaram acelerar os procedimentos da sessão para conseguir realizar a votação. O objetivo era cumprir um prazo dado por Trump, que deseja sancionar a lei nesta sexta-feira (4) — quando se comemora o Dia da Independência dos EUA.

 

Como a votação entre os senadores foi acirrada, havia o temor de que o projeto pudesse ser rejeitado pelos deputados diante da articulação de democratas para tentar virar votos de republicanos. A deputada Nancy Pelosi, forte voz no Partido Democrata, liderava as tentativas.

 

Senado aprova projeto fiscal do governo Trump

Senado aprova projeto fiscal do governo Trump

 

 

Entenda o projeto, ponto a ponto

Críticos da proposta afirmam que as medidas de redução de impostos, nos moldes do projeto, favoreceriam sobretudo os mais ricos.

 

Entre os principais pontos questionados, está a previsão de cortes em programas voltados à saúde, nutrição, educação e energia limpa. No caso do Medicaid e da assistência alimentar a pessoas de baixa renda, estima-se uma redução de cerca de US$ 930 bilhões.

 

💸 Mudanças nos impostos

 

O projeto prevê redução de impostos de aproximadamente US$ 4 trilhões, enquanto mantém muitos dos cortes aplicados por Trump em 2017.

 

Entre os pontos de redução, estão:

 

alíquotas menores de Imposto de Renda (IR);

isenção temporária de impostos sobre gorjetas e horas extras;

isenção sobre benefícios da Previdência Social para americanos acima de 65 anos;

redução de impostos para empresas, incluindo deduções para pesquisa e investimento.

Do lado da arrecadação, o texto propõe:

 

elevar impostos sobre rendimentos de fundos universitários;

impedir que imigrantes sem green card recebam créditos para planos de saúde;

que o crédito infantil passe a ter regras mais rígidas — o que pode impactar 2 milhões de crianças.

🧑🏽‍⚕️ Cortes na saúde

 

O projeto propõe regras mais rigorosas para o acesso ao Medicaid, programa destinado a pessoas de baixa renda. O objetivo é reduzir os custos da saúde pública.

 

O destaque é a exigência de 80 horas de trabalho por mês para adultos sem filhos e sem deficiência terem direito ao benefício, informou o The New York Times.

 

O projeto também facilita que estados cancelem a cobertura de beneficiários, exigindo mais documentação e eliminando quem não responder, segundo o jornal norte-americano.

 

Além disso, o texto altera regras do Obamacare, lei federal que ampliou o acesso a planos de saúde no país. As mudanças preveem novas exigências aos beneficiários, o que resultaria em uma economia de mais US$ 100 bilhões ao governo.

 

A estimativa é que milhares de pessoas possam perder o seguro.

 

🔋 Programas de energia limpa

 

O projeto prevê o fim dos principais créditos fiscais da Lei de Redução da Inflação para energia limpa, aprovada durante o governo do democrata Joe Biden, que levaram a US$ 841 bilhões em investimentos nos EUA.

 

Além disso, conforme o texto, o crédito de US$ 7,5 mil para carros elétricos acabaria até o fim de 2025. O jornal The New York Times afirma que, com o projeto, incentivos gerais para fontes como vento, solar, baterias e geotérmica seriam encerrados, com poucas exceções.

 

🥩 Cortes em programa de alimentação

 

A proposta também modifica o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), com o objetivo de reduzir custos. O benefício, que atende cerca de 42 milhões de pessoas de baixa renda, passará a ter critérios de acesso mais rígidos.

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