Auxilio Brasil e “fake news”

Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal – [email protected]

 

Estourou como “bomba” na imprensa nacional, a notícia de que a equipe econômica do governo Bolsonaro econômica manteve em R$ 405 para 21,6 milhões de famílias, o valor do benefício do programa Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família.

O presidente tem reafirmado que manteria R$ 600 reais, a partir de3 2023, não havendo prejuízo para os beneficiários.

Cabe analisar a questão sem “má vontade”, vendo o que realmente aconteceu e poderá acontecer.

Em primeiro lugar, o fato não desgasta Bolsonaro por promessa descumprida, pois os R$ 600 reais prometidos não dependem dele, mas sim do Congresso Nacional, como aconteceu recentemente na aprovação de emenda constitucional.

Por outro lado, se Bolsonaro não pode garantir R$ 600 reais para 2023, Lula também não pode, nem nenhum outro candidato.

A Constituição diz que, “de 1º de agosto a 31 de dezembro de 2022”, o programa Auxílio Brasil pagará “um acréscimo mensal extraordinário” de R$ 200,00.

O valor do benefício é R$ 400,00 e, apenas neste ano.

É por isso que a proposta do Orçamento para 2023 não pode prever o benefício de R$ 600,00.

Isto, entretanto, não impede que Bolsonaro e também Lula, cumpram o prometido, se um outro ganhar a eleição.

Repetindo o que já ocorreu várias vezes, será preciso apenas negociar com o Congresso Nacional alteração do valor do benefício no ano que vem, e depois modificar a proposta de orçamento.

São acertos após as eleições.

É normal que a proposta orçamentária seja modificada no Congresso Nacional para refletir as prioridades do governo eleito.

O vencedor não terá dificuldades de convencimento dos deputados e senadores.

Portanto, é “fake news” alegar politicamente, que o envio do orçamento ao Congressos prevendo R$ 405, ao invés de R$ 600, para o Auxílio Brasil em 2023 será desgaste para o presidente Jair Bolsonaro.

Se for para ele, será para Lula.

O que está escrito na proposta de Orçamento enviada ao Congresso não foi autorizado por Bolsonaro, nem Lula.

Em nada reflete a vontade dos candidatos. 

É consequência do que prevê a Constituição.

Ambos poderão manter a promessa feita, dentro da legalidade

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