Atos golpistas: Heleno diz que ficará em silêncio na CPI sobre a delação de Cid

Ex-ajudante de ordens relatou à PF uma consulta do ex-presidente Jair Bolsonaro à cúpula militar sobre a possibilidade de um golpe de Estado.

Blog da Andréia Sadi

O ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno disse ao blog que não pretende comentar a delação de Mauro Cid no depoimento desta terça-feira (26) à CPMI dos Atos Antidemocráticos.

 

A oitiva de Heleno foi marcada após a colunista do jornal O Globo Bela Megale revelar que o ex-ajudante de ordens relatou em seu acordo com a PF (Polícia Federal) uma consulta do ex-presidente Jair Bolsonaro à cúpula militar do seu governo sobre a possibilidade de um golpe de Estado.

Ao blog, o general Heleno disse nesta segunda-feira (25) que não vai comentar as declarações de Cid enquanto não tiver informações oficiais sobre o acordo.

“Ninguém sabe qual foi a delação. O que houve foi um vazamento. Ninguém sabe”, disse.

 

 

O ex-auxiliar de Bolsonaro também evitou comentar a iniciativa de Cid, testemunha ocular de boa parte do governo, em negociar uma delação premiada com a PF. “Não me compete.”

Após a conversa, no início da tarde de segunda, a defesa do general pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para não ser obrigado a comparecer à CPMI. O ministro relator, Cristiano Zanin, negou o pedido, mas assegurou-lhe o direito ao silêncio.

O depoimento desta terça (26) pretende ajudar a esquadrinhar qual foi a participação dos militares nos eventos que culminaram nos atos de 8 de janeiro. Na reta final dos trabalhos, os parlamentares do colegiado elegeram essa como uma das frentes prioritárias.

Ainda nesse eixo, a CPMI ouve o general Braga Netto em 5 de outubro. Além de candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil e também é considerado um dos principais conselheiros do ex-presidente.

Os deputados e senadores pretendem, ainda, aprovar nesta terça o requerimento para convocar o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. Segundo revelou o portal UOL, Garnier teria sido o único a colocar suas tropas à disposição de Bolsonaro caso ele optasse por um golpe.

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