As 10 Especialidades Médicas Mais Vulneráveis à Depressão

Em um estudo publicado em dezembro de 2023, na Mayo Clinic Proceedings, pesquisadores apresentam uma análise detalhada sobre as taxas de depressão entre médicos, abordando o impacto significativo das experiências adversas, tanto na infância quanto ocupacionais, sobre a saúde mental desses profissionais. Realizada no período entre o final de 2020 e início de 2021, a pesquisa englobou 7.360 médicos, destacando a prevalência de sintomas de depressão em diversas especialidades médicas.

Os resultados do estudo colocam em evidência as dez especialidades com as maiores taxas de depressão, variando de leve a severa: Urologia (38,5%), Medicina de Emergência (38,3%), Medicina Familiar (35,8%), Ginecologia e Obstetrícia  (33,6%), Medicina Interna Geral (33,3%), Medicina Física e Reabilitação (32,7%), Radiologia (32%), Subespecialidade Pediátrica (31,9%), Psiquiatria (31,8%) e Dermatologia (31,6%). Em contrapartida, a Oftalmologia registrou a menor taxa, com 19,1%.

O estudo introduz um novo conceito: “experiências ocupacionais adversas”, identificando-as como fatores de risco para depressão e esgotamento profissional (burnout) tão significativos quanto as adversidades na infância. Um exemplo marcante dessas experiências foi a prestação de cuidados a pacientes com COVID-19 sem os devidos equipamentos de proteção individual, destacando os desafios únicos enfrentados pelos médicos durante a pandemia.

Mickey T. Trockel, MD, PhD, autor principal do estudo e diretor de inovação baseada em evidências no Centro WellMD de Stanford Medicine, ressalta a importância dessas descobertas. Trockel observa que as experiências ocupacionais adversas não apenas são comparáveis às experiências adversas na infância em termos de impacto sobre a saúde mental, mas também são mais prevalentes entre os médicos, sugerindo uma preocupação de nível populacional mais significativa para a categoria.

O estudo sugere a adoção de medidas de triagem para depressão, alinhadas às recomendações da U.S. Preventive Services Task Force, incluindo a avaliação de experiências adversas tanto ocupacionais quanto da infância. Essa abordagem visa facilitar esforços de prevenção primária seletiva e a implementação de intervenções direcionadas a médicos em risco, antes do desenvolvimento de sintomas depressivos.

A pesquisa enfatiza a necessidade crítica de abordar o esgotamento e a depressão entre os médicos como parte do plano de recuperação da AMA para os profissionais da saúde nos Estados Unidos, ressaltando a importância de desenvolver recursos que priorizem o bem-estar e promovam mudanças no fluxo de trabalho. Essas iniciativas são fundamentais para permitir que os médicos se concentrem no que realmente importa: a prestação de cuidados empáticos e de alta qualidade aos pacientes.

Fonte: Triagem

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