ANÁLISE: “RN, FÁTIMA BEZERRA E O FUTURO”

Ney Lopes

Começa 2023. E agora?

O que podemos esperar da política do Rio Grande do Norte?

O futuro são previsões. O passado é uma realidade, que precisa ser reconhecida.

A análise a seguir não tem compromissos ideológico ou pessoal. Apenas a visão de um militante político e do jornalismo durante décadas.

Ciclo político – A reeleição da governadora Fátima Bezerra significa a maturação de novo ciclo político estadual. Isto porque, a trajetória histórica da governadora foi de combate às lideranças que dominaram o estado, desde o pós guerra. Essas lideranças perderam a eleição de 2022.

A política do estado terá que ser considerada antes e depois do ciclo do PT Fátima Bezerra.

A primeira tentativa de diálogo mais amplo ocorreu em 2008, na disputa da Prefeitura de Natal, quando Fátima, candidata a prefeita, coligou-se com o PDMB e PSB. Perdeu para Micarla de Souza (PV, DEM, PP, PR, PMN e PTB), mesmo tendo a a ajuda do presidente Lula, na reta final de campanha.

Em 2010 voltou ao poder o clã Rosado, através de Rosalba Ciarlini. Fátima disputou a deputação federal e foi a mais votada com 220.355 votos. A eleição de 2014 deu os primeiros sinais de mudança, no ciclo político tradicional do estado.

Fátima ousou candidatar-se a senadora, enfrentando a ex-governadora Vilma de Faria, que era tida como “já eleita”, com o apoio de quase 90% dos partidos: PMDB, PR, PSB, DEM, PSDB, SD, PROS, PDT, PPS, PTB, PRB, PSC, PV, PHS, PMN, PSDC, PRP, PTN. Ao final, ganhou a eleição.

Governo do RN – O embalo majoritário da eleição ao senado, ajudou a vitória de Fátima para governadora em 2018, sendo a única mulher eleita governadora. Foi a primeira vez que um candidato ultrapassou um milhão de votos, a mais votada na história do estado.

Agora, todas as lideranças tradicionais ficaram desalojadas, salvo a composição do MDB, como “boia” de salvação eleitoral para aproximar-se do PT e ocupar a vice governadoria.

Como as posições políticas de Fátima sempre foram de combate a essas lideranças derrotadas, por ela chamadas de “oligárquicas”, justifica-se a afirmação de que seja a maturação de novo ciclo.

É cedo para avaliar se o estado ganhará ou não com essas mudanças de líderes. O primeiro governo de Fátima foi atípico, marcado pelo déficit público que herdou. Logo não serve de parâmetro.

Benefícios – O grande “trunfo” para o RN é a inegável aproximação da governadora com o presidente Lula. Esse fato pode fazer a diferença, desde que as forças estaduais saibam aproveitar a oportunidade e não repitam o passado, beneficiando apenas alguns “guinchos de pré escolhidos” e excluindo os demais.

O clima político nacional favorece o diálogo supra partidário. No estado, não se sabe a possibilidade real dos partidos sentarem-se numa mesa, independentemente de ser governo ou oposição, e sugerirem as prioridades econômicas e sociais do estado. Seria o ideal.

Essa é uma tarefa, que poderá começar a ser construída, a partir da posse da nova Assembleia Legislativa. Deus queira que vingue!

Olho aberto

Talento – Faleceu Joacy Medeiros, fundador da Dumbo Publicidade, ao lado de Cassiano Arruda e Silvino Sinedino. Foi também professor da UFRN. Profissional talentoso, sempre teve o respeito da comunidade. Que Deus o receba!

Dólar – Analistas preveem dólar ainda forte no mundo em 2023, mas sem atingir picos de 2022

Bento XVI – O corpo do papa emérito Bento XVI é velado no Vaticano. O enterro será quinta feira, presidido pelo Papa Francisco.

Pelé- I – O sepultamento de Pelé será hoje, em Santos SP. Confirmadas as presenças do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, que é torcedor do Santos, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Pelé II – O Vaticano homenageia Pelé com fotos ao lado de Papas. O rei aparece junto com Paulo II, Paulo VI, Francisco e Bento XVI

Previsão – FMI prevê que um terço da economia mundial estará em recessão este ano. “Para a maior parte do mundo vai ser um ano difícil, mais difícil do que aquele que deixamos para trás”, já que as três grandes economias – os EUA, a UE e a China” atravessam crise’.

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