ANÁLISE: “PORTUGAL NAS URNAS”

 

Ney Lopes

Portugal vota neste domingo, 10.

A eleição foi precipitada pela renúncia do primeiro-ministro, em 2023.

Os portugueses vão eleger 230 deputados para a Assembleia da República.

Na cédula de votação, não se vota em um candidato, mas sim em partido.

Mesmo assim, oito em cada 10 inquiridos em Portugal tendem a não confiar nos partidos políticos.

Esta é, aliás, uma tendência em 19 dos 27 países da UE, em que mais de 70% das pessoas  não confiam nos partidos políticos (a média da UE é 77%).

No sistema eleitoral, de semi presidencialismo, um partido tem que ganhar mais da metade dessas vagas para poder governar sozinho.

Depois de governado por uma coalizão de centro-esquerda, Portugal pode dar uma guinada mais à direita.

As pesquisas de intenção de votos mostram a liderança de uma coligação de centro-direita, na corrida eleitoral.

As sondagens também apontam que o partido da direita radical – Chega-, de André Ventura, pode consolidar sua força política e no Parlamento português.

Em meio à campanha para as eleições legislativas, Ventura repetiu Trump e Bolsonaro, denunciando o fantasma da fraude eleitoral

Trata-se de tática psicótico-político, sem prova, sem evidencias, mas gerando dúvidas e intranquilidade em faixas do eleitorado.

Este não é o único ponto em comum entre Ventura e Bolsonaro.

O português importou do Brasil a “fake News”, e a introdução de uma linguagem política violenta.

Para ele, [os adversários] são todos vigaristas, trapaceiros, ladrões, tudo numa retórica antiestablishment para desestabilizar o país.

Neste contexto, a tendência  é o partido de Ventura consolidar seu lugar como a terceira força política no Parlamento português — e aumentar o número de deputados de 12 para mais de 30.

Bolsonaro em vídeo nas redes sociais fez um apelo aos brasileiros que moram em Portugal para que votem no Chega.

Os analistas entendem que apesar dos apelos feitos por Bolsonaro, o Chega está longe de poder ganhar as eleições, mas pode dificultar a formação de um governo de direita.

Há 360 mil brasileiros vivendo em Portugal.

É a segunda maior comunidade brasileira no exterior, atrás apenas dos Estados Unidos.

Os portugueses vão decidir que tipo de país desejam construir.

De acordo com pesquisas, 31% dos portugueses afirmam posicionar-se ao centro, 28% mais à esquerda e 19% mais à direita.

Ontem, 9, no último dia de campanha, a busca foi pelos votos dos indecisos.

Nas últimas pesquisas, quase 20% dos 9 milhões de eleitores ainda não sabiam em quem votar.

Agora, só esperar!

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