ANÁLISE: “PLANO PARA VOLTA DE BOLSONARO A POLÍTICA”

 

Ney Lopes

Embora não tenha definido a data de voltar dos Estados Unidos, o ex-presidente Bolsonaro teria já acertado, segundo a imprensa, o seu retorno ao Brasil e retomada  da atividade política.

O objetivo inicial seria viajar em companhia da esposa Michelle, apostando não apenas nas capitais, mas também nas cidades menores, de até 200 mil habitantes, onde não há segundo turno.

Uma visita de Bolsonaro a município com essas características, já pode ser determinante para garantir a vitória do candidato do partido, que se elege ao atingir um patamar perto de 25% dos votos.

Articulado com o seu partido – o PL -, o objetivo é triplicar o número de prefeituras na legenda ao fim da eleição municipal do ano que vem, saltando das atuais 343 para pelo menos 1 mil.

O discurso de valores conservadores teria prioridade.

Uma das possibilidades é que o ex-presidente retome as motociatas. que marcaram suas passagens por diversas cidades, durante a campanha eleitoral do ano passado.

Em princípio, a excursão bolsonarista começaria por Maceió, única capital do Nordeste em que Bolsonaro venceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições.

Líderes do PL pronunciaram-se, esclarecendo que Michelle Bolsonaro não é candidata a nada, mas é uma liderança feminina, que certamente vai ajudar o trabalho político.

Os estrategistas desse plano já têm como enfrentar a questão das joias e outros pertences dados como presente ao estado brasileiro e não devolvidos pelo clã Bolsonaro.

A ideia é que o assunto seja tratado com indiferença.

Bolsonaro mesmo irá dizer que apoia investigações sobre o tema, já que não deve nada.

Dirá, porém, que as investigações precisam contemplar também os mandatos petistas, com um pente fino.

A imagem de um homem simples, que nunca ostentou bens materiais deve ser trabalhada, em contraponto a escândalos de corrupção durante a gestão petista.

Já foi encomendada pesquisa para ajustar o discurso que o ex-presidente deverá entoar nas viagens pelo Brasil.

A decisão de colocar “o bloco na rua” tem por objetivo manter a militância.

O medo dos aliados do ex-presidente é que com a desmobilização dos protestos antidemocráticos, as pessoas voltem ao cotidiano e se afastem da política.

Talvez, esse retorno de Bolsonaro com engajamento numa excursão política pelo país, seja o “ponta pé” inicial para nacionalizar a disputa municipal de 2024.

Agora é pagar para ver.

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