ANÁLISE: “PAPA FRANCISCO FALA SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL”

 

Ney Lopes

Realizou-se no Vaticano encontro do papa Francisco com cientistas que participaram do simpósio “Apelo de Roma para a Ética da Inteligência Artificial”.

O tema embora complexo, merece reflexão.

O que é inteligência artificial?

Consiste no somatório de  computadores e máquinas para imitar os recursos da mente humana,  solucionar problemas e tomar decisões imediatas.

Não se pode negar que seja um grande avanço da ciência.

Porém, essa tecnologia não pode substituir integralmente a presença e participação do ser humano.

Foi aí que o papa Francisco, oportunamente, advertiu: “Não é aceitável que a decisão sobre a vida e o destino de um ser humano seja confiada a um algoritmo”.

Entende-se o logaritmo como uma sequência de instruções, passos ou comandos realizados e repetidos nas máquinas, com o objetivo de resolver um problema ou executar uma tarefa.

O papa condenou, que os pedidos de asilos apresentados por migrantes, que envolvem a vida e o destino de  seres humanos, sejam decididos por um “logaritmo”, sem a entrevista presencial dos solicitantes.

A preocupação do papa Francisco é que decisões como às de asilos de migrantes sejam adotadas baseadas na ética, com preocupação humanística, e não apenas através do recurso automatizado da inteligência artificial.

Isso não significa ser contra o avanço cientifico.

Está correto o Pontífice.

Líderes de três religiões monoteístas assinaram  um documento para que o desenvolvimento da Inteligência Artificial seja regido pela ética.

Isso fará com que a reflexão humanística sobre o uso de algoritmos, esteja cada vez mais presente, não só no debate público, mas também no desenvolvimento de soluções técnicas.

Todos os seres humanos devem poder usufruir do desenvolvimento humano e da solidariedade.

Todaviam devemos “estar vigilantes” para que “a utilização discriminatória destes instrumentos da ciência não se enraíze à custa dos mais frágeis e à custa dos excluídos” ponderou o Papa.

Mais uma vez, Francisco dá testemunho avançado e coerente da doutrina católica, que não se opõe ao binômio ciência-religião.

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