ANÁLISE: “CEMITÉRIOS E DIA DE FINADOS”

Estarei orando por você meu filho Ney Júnior A dor de perde-lo é algo impossível de explicar e de suportar. Hoje posso sentir você como se ainda estivesse aqui. Juro que senti seu abraço ao acordar e depois, quando percebi que você não estava aqui, a dor foi ainda maior. Não encontro palavras para explicar a dor e a tristeza que sinto por você ter partido. Você era um pedaço de mim e perdê-lo foi a pior coisa deste mundo. Esteja em paz e ao lado de Deus, meu amado filho

Ney Lopes

Hoje, 2 de novembro, o mundo celebra a morte e a vida, através da tradição do Dia de Finados instituído pela Igreja.

Os primeiros registros de orações pelos cristãos falecidos datam do século 1, quando era costume visitar túmulos de mártires.

No ano 732, o papa Gregório III autorizou os padres a realizarem missas em memória dos falecidos.

A partir do século 15, o feriado se espalhou pelo mundo e a data permite reverenciar aqueles que já partiram para a Eternidade.

Os cemitérios são os locais onde as homenagens póstumas são prestadas.

A palavra cemitério, do latim cometeriam ou cemitério, origem é oriunda do grego koimetérion, que designava um dormitório, ou seja, lugar para dormir. Tal conceituação significa para os cristãos que os mortos dormem e que acordarão na ressurreição. Dessa forma, as palavras latinas cemeterium ou coemiterium, que expressam enterramento

Definitivo, não se relacionam com o cemitério

Com o passar dos anos os cemitérios sofreram modificações profundas em sua organização.

No período da antiguidade greco-romana, os túmulos eram individuais,

Eram localizados em pontos distantes das cidades (normalmente, ficavam na beira das estradas).

Na Idade Média, o cemitério existiu vinculado à Igreja, com os túmulos  coletivos.

Não haviam inscrições indicando os nomes nem localização exata do corpo.

Os cemitérios medievais eram um espaço de socialização, visto que lá ocorriam festas, danças, namoros e feiras

Apesar de a Igreja tentar evitar esse tipo de comportamento da população no interior do cemitério, essas práticas continuaram existindo até o século XIX, quando questões higiênicas forçaram o afastamento dos cemitérios da vida cotidiana, de forma que estes

foram transferidos para longe da cidade.

Já na contemporaneidade, existe a crescente valorização dos cemitérios no estilo de parques e de jardins. Há, também, o surgimento dos cemitérios verticais, criados de forma discreta, não sendo ainda um modelo majoritário.

Percebe-se a ausência de monumentos funerários, com poucas referências ao

morto, constando apenas seu nome e ano de nascimento e falecimento

O cemitério caracteriza-se como um lugar de memória, uma vez que os símbolos em seu interior expressam a cultura, as crenças e os valores existentes no passado de vários grupos, destacando, assim, a memória coletiva.

A memória individual está extremamente vinculada à memória coletiva, de forma que uma pessoa, ao lembrar o seu ente querido falecido, irá evocar uma série de pensamentos e sentimentos valorizados pela coletividade.

Visitar o cemitério no Dia dos Mortos e em outras datas significa lembrar a morte, mas a morte nunca é lembrada, nunca é celebrada.

A visita ao cemitério é responsável por desenvolver a lembrança, e tudo que é lembrado se mantém vivo no meio social.

Portanto, a memória mantém o morto vivo faz a vida ser comemorada, exaltando a ideia de continuidade.

É como já disse o poeta: “”Em cada lágrima, uma saudade; em cada sorriso, uma memória”.

PS – MEMORY AND EXALTATION LIFE IN CEMETERY MONUMENTAL, de Barbara Thompson

 

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