ANÁLISE: AMIGO DE BOLSONARO VIRA ARGENTINA DE “CABEÇA PARA BAIXO”

 

Ney Lopes

Os japoneses, resgatando a memória dos antigos Guerreiros Ninja, afirmam que “tudo é possível, quando o impossível acontece”.

Na prévia recente, o impossível aconteceu na Argentina, com a vitória inesperada de Javier Gerardo Milei, direitista, economista, dois mestrados na área, político, professor, escritor e consultor bancário.

É admirador de Trump e Bolsonaro.

“Eleições prévias” são as escolhas feitas pelos eleitores argentinos dos candidatos que concorrerão à presidência e outros cargos

Surpresa – Nenhuma pesquisa previa o bom desempenho de Milei

O resultado  com mais de 30% dos votos, o coloca como favorito para as eleições gerais de 22 de outubro.

Sem nenhuma estrutura partidária, ganhou em 16 das 24 províncias argentinas.

Ganhou, com muita vantagem, em províncias onde o Peronismo nunca perdeu.

Aliás, desde que o país recuperou a democracia em 1983, esta foi a maior derrota ao Peronismo e à sua facção radical, o kirchnerismo no poder.

Amigo de Bolsonaro – Embora amigo de Bolsonaro há diferenças entre os dois.

Bolsonaro já atuava como parlamentar desde 1988.

Milei só entrou para a política em 2021, quando teve o primeiro mandato de deputado.

Uma grande diferença entre Milei e o Bolsonaro é a relação com os militares.

Bolsonaro teve o apoio aberto deles, enquanto Milei não é visto como um candidato dos militares.

Ele condena a prática de tortura atribuída aos militares, durante a ditadura militar  entre o 1976 e 1983.

Condenações – Como Bolsonaro, Milei também é crítico à descriminalização do aborto e à chamada ideologia de gênero.

Os dois também defendem mais facilidade para a compra e porte de armas.

Em relação às drogas, Bolsonaro é totalmente contra o consumo e à descriminalização delas.

Milei adota um discurso de maior tolerância.

Diferenças – No discurso da família tradicional, Milei faz críticas ao feminismo ou educação sexual e reprodutiva.

Prega o fim da educação sexual nas escolas.

É a favor da venda de órgãos como expressão máxima da liberdade de uma pessoa sobre o seu próprio corpo, sem intromissão do Estado.

Revolução eleitoral – Os analistas políticos procuram identificar as causas dessa “revolução eleitoral” argentina.

O eleitor Mariano Ezpeleta, de 32 anos, resumiu ao jornal “El Clarim”:

Este foi o voto do bom-senso e do protesto. Já experimentamos todos os partidos e nada mudou”.

Correto.

Há um cansaço social da população, com uma economia em frangalhos, que com 115,6% de inflação em 12 meses eleva os níveis de pobreza a 42%.

A lição das urnas é que as pessoas estão fartas do sistema político tradicional.

Por isso, Milei “virou a Argentina de cabeça para baixo”.

Olho aberto

Dudu car – Já funcionando a “Dudu Car”, na BR 101, 910, Parnamirim.

É uma proposta moderna de comercialização de veículos.

A linha de ação junto aos clientes é demonstrar na negociação todos os pontos do carro, inclusive detalhes de manutenção e componentes trocados e/ou alterados.

Dirigem o emprendimento os irmãos Ricardo e Ronaldo Azevedo, que seguem a tradição do pai Dudu,  pioneiro no setor de automóveis no estado.

Museu – Na sede da “Dudu car” está instalado um “museu”, com peças que são verdadeiras relíquias, todas elas referentes ao trabalho desenvolvido pelo casal Dudu e dona  Maria ao longo do tempo, para implantação e desenvolvimnento da empresa, que se tornou referencia no comércio e locação de carros no RN.

Reeleição – Na disputa pela prefeitura de Natal em 2024, o deputado federal Paulinho Freire coloca o seu nome entre os pré candidatos.

Ao que parece, ele deseja apenas capitalizar, desde já, a sua reeleição em 2026, fazendo agora composição política.

Composição- Com inegável experiencia política, o prefeito  de Natal Álvaro Dias admite aproximar-se do ex-prefeito Carlos Eduardo.

Segue Getúlio Vargas, que disse

“Não tenho inimigo de quem não possa me aproximar, nem amigo de quem não possa me distanciar“.

Aliás, repito o que já tenho afirmado várias vezes: se tiverem juízo esse é o caminho para ganhar a eleição.

USA imita Argentina – Os EEUU parecem buscar na eleição presidencial de 2024 nome de um candidato sem tradição política, como acontece na Argentina.

Foi criado um movimento chamado “No Labels” (sem rótulos), que busca a “unidade” fora dos partidos tradicionais.

Aprovação – O presidente Lula chegou a 60% de aprovação, na pesquisa divulgada ontem da Genia/Quaest de 2023 .

Mudança – A imprensa comenrta que o ministro André Mendonça já é tratado no STF como ex-bolsonarista.

Tem se aproximado de colegas e mostrado mudanças de postura.

 

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