Advogado de Battisti desconhece paradeiro de seu cliente após ordem de prisão

O advogado do italiano Cesare Battisti, condenado em seu país por quatro assassinatos na década de 1970 e que vive refugiado no Brasil, desconhece o paradeiro do ex-ativista de esquerda depois que o juiz Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua prisão com fins de extradição.

O advogado Igor Tomasauskas afirmou em declarações à Agência Efe que não conseguiu falar com seu cliente até mesmo antes da decisão proferida ontem por Fux.

O magistrado determinou a detenção “imediata” de Battisti após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou sua prisão “para evitar o risco de fuga e garantir sua eventual extradição”, mas o ex-ativista ainda não foi localizado.

“Ele sabe as consequências de se entregar e de não se entregar”, afirmou Tomasauskas.

Em comunicado, a defesa esclareceu que foi “surpreendida com a decisão” adotada por Fux e que apresentará “o recurso necessário para sua revisão”.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais ele se declara inocente.

O ex-ativista passou cerca de 30 anos foragido entre o México e a França e, em 2004, fugiu para o Brasil, onde permaneceu escondido por três anos, até ser detido em 2007.

O STF autorizou sua extradição em 2009 em uma decisão não vinculativa, que deixou a palavra final nas mãos do então chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, que a rejeitou em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu mandato.

Não obstante, tanto o atual presidente Michel Temer como o presidente eleito Jair Bolsonaro já manifestaram seu desejo de extraditar Battisti, mas com base em um aval do Supremo.

“Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideais brasileiros! Conte conosco!”, escreveu Bolsonaro em uma mensagem nas redes sociais dirigida ao ministro do Interior italiano, Matteo Salvini.

Agência EFE