A POLÍTICA BRASILEIRA, A ARTE DA TRAPAÇA – Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

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A POLÍTICA BRASILEIRA, A ARTE DA TRAPAÇA

Tenho acompanhado, mesmo de forma discreta, os descaminhos que a política nacional, estadual e local tem. E a pior parte, são os maus exemplos dados por grande parte dos políticos, e nenhuma providência tem sido tomada pelas autoridades constituídas.

Vivemos no verdadeiro samba de doidos. Pois, quando é o político de estimação que faz alguma falcatrua, coisa bem comum na política, todos de sua base correm a dizer nos meios de comunicação, que não passou de um mal-entendido. Porém, quando é vez do adversário, as redes sociais ficam lotadas de frases de efeito, palavras de baixo nível, ofensas pessoais e ofensas familiares, e por aí vai.

Estes são novos tempos, onde a democracia é relativa. O direito é relativo, e os mandatários do poder ditam as suas regras a bel-prazer. E não tem contas a prestar com ninguém, pois, se alguém se opor às suas regras, logo vai conhecer o xilindró.

Esta é a nova política, agora sem medo. Visto que, o que faziam na surdina, hoje fazem às claras. E o direito à cidadania, o qual é o sufrágio universal, é trocado pelo povo faminto, em trinta moedas.

Essas trinta moedas, símbolo da traição, são o percurso da imundice que banha toda a nação e se alastra de norte a sul, de leste a oeste, nos envergonhando da nossa condição de miseráveis e escravos da ditadura silenciosa, chamada de nova democracia.

A fome e a miséria nos rincões não é produto da natureza e do esquecimento do eterno. Pelo contrário, ela é produzida, a dia a dia, para manter no cabresto o povo e o seu voto.

É vergonhoso como tudo é maquiado para enganar o povo. A segurança pública, vem sofrendo com leis que destrói todo um trabalho de investigação e prisão de infratores, corruptos e malfeitores sociais. A saúde está na UTI, com hospitais lotados, médicos desamparados à própria sorte, e o povo, pobre povo! entregue a todos os tipos de doenças e sem socorro. Já a educação, a mãe de uma nação, cantada, em versos e prosas, nas campanhas eleitorais, quando passa o período eleitoral, nada do que foi dito é verdade. Por outro lado, os professores, mestres da esperança, ficam sozinhos e à mercê dos bandidos, dos corruptos e dos ingratos. E cada dia mais a educação fica sucateada, com professores marginalizados pelos administradores públicos.

Antigamente tínhamos grandes oradores nas tribunas do campo político. Era, extraordinários ouvi-los, pois sabíamos que eles lutavam de verdade, pelo povo. Hoje, quando eles sobem a tribuna, alguns fatos inéditos acontecem: ou estaremos rindo das falas tortas, de um português errado e contraditório; ou ouviremos diversas acusações sem provas, citações inverídicas, conversas de comadres (fofocas) e projetos medíocres.

E assim, caminham o povo, pobre povo! Sem nada, com fome, sedentos de justiça, abandonados, esquecidos e sozinhos nos semiáridos, nos sertões da vida. Enquanto isso, o poder que emana do povo, que era para o próprio povo, foi capturado e aprisionado em grilhões. E assim, o nosso povo anda cabisbaixo, sem rumo e sem esperança.

Já a sofrível Constituição Federal e os seus direitos fundamentais, não têm valia para os donos do poder. Eles fazem e desfazem em qualquer momento das leis, as quais servem apenas para seus caprichos dominantes e punição de quem a eles se opõe. E esse e o desenho traçado por diversos partidos políticos, ou mesmo por políticos medíocres. Essa mediocridade, misturada a todos os tipos de corrupção, invadirão as ruas, os palácios, as casas, as instituições, as igrejas, as universidades e as escolas, e próprio povo vem se engajando no sistema.

Por outro lado, todos nós, eleitores, temos culpa neste mar de corrupção, trapaça e desvios das verbas públicas. Até porque, se eles chegaram lá e foram vitoriosos na corrida eleitoral, houve quem votasse por interesse pessoal, por conveniência, por promessa de emprego e por aí vai.

Basta uma simples observação, nem precisa usar o método científico, para chegarmos à conclusão de que o eleitor nunca avalia e nem seleciona em quem vai votar. É só olhar para o Congresso Nacional, quase todos estão envolvidos em maracutaias, e sendo processados na justiça. E esses processos, e condenações vão de crimes eleitorais, a crimes penais. E mesmo assim, o eleitor ainda tem votado, reelegendo os tais.

Aliás, o que tem acontecido no mundo político é a valorização da corrupção, da trapaça, das fraudes, dos desvios de conduta. Os quais são vitais para a sobrevivência de muita coisa que está errada. Assim como a permanência no poder de políticos sem nenhum escrúpulo. Não podemos permanecer em estado de inércia, e deixar que assim continue como está.

E é urgente que apareça pessoas com verdadeiros propósitos democráticos e queiram assumir o lugar dos maus políticos. Em vez de ficarmos apenas reclamando, o momento é de mudança de postura e apostar em novos nomes com ficha limpa. No mundo civilizado, regido pela democracia, o único meio de mudança é o voto e a intensa participação popular nas políticas públicas, sem viés partidário.

Portanto, as mudanças necessárias no campo político e social só ocorrerão quando o nível de consciência pública estiver assim acima do interesse pessoal. Assim como a justiça, faça a sua parte sem tomar partido, apenas aplicando as regras constitucionais.

Muita Paz, Luz e Justiça a todos!

Pesquisador e Escritor Ricardo Alfredo

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