A Asa de Sião

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A foto abaixo é do avião presidencial israelense, o Asa de Sião, também chamado por setores da mídia mundial de “dia do juízo final”. Foi nele que decolou o primeiro ministro Benjamin Netanyahu no sábado após os ataques do Irã. É uma aeronave com função comercial e que foi reestruturado e reforçado para operar como centro de comando móvel durante um conflito.

O “Zion Wing”, como diz a imprensa norte-americana, é um Boeing 767-338ER, adquirido em 2016, depois de ter sido usado em voos comerciais com as empresas Qantas e Australian Airlines. Foi reconfigurado e renovado para cumprir as funções de aeronave estatal e centro de comando móvel. Tem tecnologia de navegação e comunicação de última geração, fuselagem reforçada, longa autonomia de voo, decolagem rápida e salas de reuniões.
O apelidado “dia do juízo final” e por suas diferentes modificações e funções que lhe permitem funcionar como um centro de comando governamental e militar nos casos de um ataque estrangeiro, como este recente feito pelo Irã.
O avião reúne todas as instalações e instrumentos para servir de sede do governo no ar e permitir uma eficiente evacuação do primeiro-ministro Netanyahu ou do presidente Isaac Herzog se Israel for atacado ou invadido.
No sábado, dia 13, após os ataques interceptados pelo Domo de Ferro, um site especializado em rastreamento de voos, registrou a decolagem do “Asa de Sião”, às 19h07, da base aérea de Nevatim para uma rota desconhecida.
Logo surgiram boatos de que o avião estaria levando Netanyahu ou Herzog para local seguro. Mas as suspeitas foram negadas quando o gabinete do ministro publicou imagem dele reunido com o gabinete militar em Tel Aviv.
O ataque do Irã na madrugada do sábado disparou todos os alarmes devido às tensões bélicas no Médio Oriente. O governo ainda estuda possível retaliação contra o regime iraniano e reforça as medidas de segurança já em vigor.
Não foi rápido o início de operação da aeronave, que só teve o voo inaugural mais de ano depois de adquirido. O atraso se deveu aos momentos políticos internos que envolveu Israel e seus partidos em diversas disputas de poder.
Na então conjuntura, o avião entrou na pauta dos debates e embates de Netanyahu com seus opositores. Os governistas diziam ser medida necessária de segurança e a oposição chamava de desperdício de dinheiro do erário.
Depois de muito disse-me-disse e muitos milhões de euros investidos, o “Força Aérea Um de Israel” (na mídia israelense comparam-no ao avião presidencial dos EUA) concluiu em 2019, após três anos, os seus testes e planos de voo.
Em maio de 2022, o então primeiro ministro Naftali Bennett e seu Ministério da Defesa anunciaram o recolhimento do avião na base aérea de Nevatim. Mas logo Netanyahu voltou ao poder e botou em atividade o “dia do juízo final”. O Irã que se cuide.

Tribuna do Norte

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