Países do G7 pedem desescalada do conflito entre Israel e Irã; Trump não assinou documento conjunto, diz agência
Os líderes do G7 pedirão a Israel e Irã que negociem uma desescalada do conflito que vêm travando nos últimos dias, segundo o rascunho da declaração final da reunião que o grupo fará nesta segunda-feira (16).
Mas o presidente dos EUA, Donald Trump, não assinará a declaração, de acordo com fontes do governo norte-americano ouvidas pela agência de notícias Reuters. O próprio Trump afirmou na chegada ao evento que não pretende assinar o documento.
Os líderes do G7 (Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA) iniciaram nesta segunda a reunião do grupo, que acontece no Canadá. O encontro tem a participação da União Europeia e durará até terça-feira (17).
Com a escalada do conflito entre Israel e Irã, a cúpula no Canadá é vista como um momento vital para tentar restaurar uma aparência de unidade entre as potências democráticas.
O Canadá abandonou qualquer esforço para adotar um comunicado abrangente para evitar a repetição da cúpula de 2018 em Quebec, quando Trump instruiu a delegação americana a retirar sua aprovação do comunicado final após sua saída.
Os líderes prepararam vários rascunhos de documentos vistos pela Reuters, incluindo um que pede a redução da tensão no conflito entre Israel e Irã e outras declarações sobre migração, inteligência artificial e cadeias críticas de suprimentos minerais. No entanto, nenhuma delas foi aprovada pelos Estados Unidos, de acordo com fontes familiarizadas com os documentos.
“Acredito que haja um consenso para a desescalada. Obviamente, o que precisamos fazer hoje é unir forças e deixar claro como isso deve ser feito”, disse o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a repórteres.
Os primeiros cinco meses do segundo mandato de Trump alteraram a política externa em relação à Ucrânia, aumentaram a ansiedade sobre seus laços mais estreitos com a Rússia e resultaram em tarifas sobre aliados dos EUA.
As negociações na segunda-feira se concentrarão na economia, no avanço de acordos comerciais e na China.
Os esforços para chegar a um acordo para reduzir o teto de preços do G7 para o petróleo russo, mesmo que Trump decida não participar, foram dificultados por uma alta temporária nos preços do petróleo desde que Israel lançou ataques contra o Irã em 12 de junho, disseram duas fontes diplomáticas. Os preços do petróleo caíram na segunda-feira devido a relatos de que o Irã buscava uma trégua.
A escalada entre os dois inimigos regionais está no topo da agenda, com fontes diplomáticas afirmando que esperam pedir moderação e o retorno à diplomacia.
“Estamos unidos. Ninguém quer ver o Irã obter uma arma nuclear e todos querem que as discussões e negociações sejam retomadas”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, a repórteres na Groenlândia no domingo, antes de viajar para o Canadá.
Ele acrescentou que, dada a dependência de Israel de armas e munições dos EUA, Washington tem capacidade para retomar as negociações.
Trump disse no domingo que muitas ligações e reuniões estavam sendo realizadas para negociar a paz.
Novo ataque
As Forças Armadas de Israel voltaram a bombardear o Irã nesta segunda-feira (16). Mísseis israelenses atingiram uma base militar em Teerã, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
Ainda não havia informações sobre danos ou vítimas do ataque até a última atualização desta reportagem.
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país havia emitido um alerta à população de Teerã para que deixassem a cidade, e as Forças Armadas israelenses publicaram um aviso de evacuação para o distrito 3 da capital iraniana, uma região com muitos ministérios e embaixadas.
Ainda não estava claro, até a última atualização desta reportagem, se o aviso se referia ao ataque à base militar, que fica do outro lado da cidade.