Vila Justa – Wilson Bezerra de Moura

Só com o titulo Vila Justa, nada saberíamos de um passado que traduz a existência do conhecido Palácio do Bispo. Um palácio de verdade, em estilo arquitetônico que chama a atenção de qualquer curioso, especialmente de quem admira a obra antiga, mergulhada na época medieval dos velhos suntuosos palácios.

Pois bem. Tudo começou pelos anos de 1915/16, quando um prédio começou a ser edificado com o propósito de ser o palácio Santa Luzia, numa área que só era mato, longe de se pensar que seria hoje uma região populosa em pleno centro de Mossoró.

Ali era nada mais nada menos que uma propriedade chamada de Vila Justa, construída pelo coronel Antônio Soares do Couto, industrial e sócio da firma M.F. do Monte e Cia., ex-presidente da Intendência, com a atividade executiva em 1908, residindo nesse local até sua morte, em 1920, segundo registro de Lauro da Escóssia em fevereiro de 1982, na edição de O Mossoroense.

O nome da fazenda era homenagem a Dona Justa Nogueira do Couto, que sobreviveu à morte do marido, vindo a falecer no ano de 1950. Então dona Justa Nogueira vende o imóvel à diocese por cem mil cruzeiros, assumindo o Vigário Geral da Diocese, Padre Luiz da Mota, vindo arrolar importância idêntica como doação. Seria cumprido o projeto como um solar de boas virtudes, a ocupação  Palácio de Santa Luzia, seria ponto ideal para moradia de bispos da diocese.

O arquiteto e construtor da obra foi o Italiano Campitelí, trazido de Natal, considerado o maior artista no gênero. O detalhe é que foi esse Italiano quem primeiro introduziu na construção o “radier”, uma inovação que veio trazer segurança e melhoria numa obra.

Nas imediações da Vila Justa ficava a propriedade do coronel Bento Praxedes, local onde hoje é o hospital de Oncologia, na Praça dos Hospitais.

O Palácio do Bispo que conhecemos teve sua origem na Vila Justa, inaugurado em 15 de março de 1917, em meio a pomposa festa.