Vida, sono e sonho – Francinaldo Rafael

O sono é um estado recorrente, cíclico e fase fisiológica normal e necessária do organismo. Nessa etapa há o refazimento orgânico, consolidação da memória, reequilíbrio de funções diversas.

O ser humano passa cerca de um terço da vida dormindo. Esse estado, de certa forma é um treino, mesmo que inconsciente, para o fenômeno da morte.

Semelhante a morte, quando o Espírito se liberta do corpo físico, durante o sono há ocorrência idêntica.

Como não há inatividade nas Leis da Vida, mesmo durante o repouso da matéria, o Espírito se movimenta atraído pelo que o interessa. Desprende-se parcialmente e busca lugares e pessoas com os quais mantém vínculos. Quando retorna ao corpo traz lembranças que imprime no cérebro. Poderão ocorrer os sonhos dos mais diversos tipos. Inclusive alguns se tornaram conhecidos mundo afora como os narrados na Bíblia, os desdobramentos de Santa Teresa de Ávila, Voltaire.

Há  correlação entre os acontecimentos e o estado evolutivo de cada ser.

Nessa parcial liberdade, segue na direção de ambientes que lhe são agradáveis ou onde gostaria de estar, se assim o fosse possível fisicamente. Afirma o Espírito Manoel Philomeno de Miranda através da psicografia do médium espírita Divaldo Franco (no livro Temas da Vida e da Morte): “Em tal circunstancia, pode viajar com os seres amados, que reencontra além da cortina carnal, participando dos seus estudos e realizações, aprendendo lições que lhe ficarão em gérmen, penetrando, inclusive, nos registros do passado como do futuro”. Quando almeja ideais de enobrecimento da Humanidade, recebe inspiração para enriquecimento desses planos do bem.

Nem sempre essas viagens em corpo espiritual durante o sono levam a ambientes de felicidade.

Em razão do hábito dos  maus pensamentos, comportamentos pouco saudáveis, Espíritos afins a esse panorama são conduzidos a redutos de crimes, de perversão, ampliando as percepções negativas. Trazem para o hábito diário as inspirações recebidas.

Diante disso tudo, afirma Philomeno: “Se alguém diz como e o que sonha, é fácil explicar-lhe como vive nas suas horas diárias. Dorme-se, portanto, como se vive, sendo-lhe os sonhos o retrato emocional da sua vida moral e espiritual”.