Thadeu Brandão – Um novo léxico da Ciência Política: Silveirismo

Por Thadeu Brandão.

 

Ano passado, próximo ao fim do ano, escrevi um artigo de opinião acerca da “micarlização” da gestão de Silveira Jr. em Mossoró. Argumentei que, assim como sua congênere em Natal, o prefeito de Mossoró, Silveira Jr. estava consolidando uma gestão desastrosa, politicamente e administrativamente. Naquele momento, falei (em letras garrafais) que Mossoró encontrava-se em uma gestão acéfala que, além da anomia política, levaria o município ao desastre financeiro, assim como à paralização de todas as funções primordiais.
Pois bem, foi muito pior que eu – e tantos antes e depois de mim – apontaram. Silveira não apenas representou um desastre profundo, política e administrativamente, como sua gestão em muito supera a de Micarla de Souza (2009-2012) em Natal. Silveira, que ainda tentou sua recandidatura à PMM, desistiu antes do pleito, abandonado, com pouco mais de 3% de votos nas intenções. Engraçado que, quando em 2015, eu apontei os mais de 85% de rejeição de Silveira, um “colunista” (de jornal hoje inexistente) questionou de onde tirei meus dados e, pior, quem era eu para falar o que dizia. O dito rapaz, para quem não enviei meu currículo (juro que não o fiz), calou-se a tempos. Uma pena.
Silveira não apenas termina sua gestão (ou ingestão) deixando uma Prefeitura falida e agonizante, para a qual nem mesmo o lixo diário da cidade é recolhido. Ele entrará na história como a amostra local de um tipo de desgoverno paralisante, rodeado de figuras patéticas (em termos administrativos), pautado pelo personalismo familiar que, segundo muitos, ele veio para acabar. Tentou criar um próprio. Acabará afogado e isolado. Salvo alguns puxa sacos de plantão.
Sua última cartada, a tentativa sinistra de implementar uma “agência” regulatória do município que, embora falido, custaria mais de 2 milhões de reais aos cofres de Mossoró, que de serventia zero, serviria para manter cargos vitalícios e regiamente pagos, a serviço do prefeito. Mais que cabides de emprego, a dita agência é a ultima tentativa de sobrevivência de que, sabiamente, será alijado da política local.
Outras pautas funestas foram postas, a maioria não passou. Não estarei a lembrar de todos os desastres administrativos de Silveira. A população (eu entre ela), estará a lembrar de cada um deles. Como nosso IPTU, amargamente chega a nós que, ao contrário do poder público, pagamos em dia.
A Ciência Política, doravante, não usará mais o termo “micarlização” ou “micarlismo”. De agora em diante, para gestões desastrosas e acachapantemente acéfalas, usaremos “silveirismo” ou “silveirização”.
A realidade, enfim, sendo pior que a teoria.