Rixas entre facções criminosas contribuem para elevado índice de assassinatos em Mossoró

Estatísticas levantadas pela reportagem do O Mossoroense, junto a Delegacia Especializada em Homicídios (Dehom), apontam que a quantidade de assassinatos provocados por rixas entre facções criminosas, que agem nos bairros da cidade, é algo que tem crescido bastante em Mossoró.

Segundo o delegado Antônio Augusto, titular da Dehom, boa parte dos crimes praticados na durante os primeiros meses deste ano ocorreram em decorrência de atritos entre integrantes de grupos rivais, com destaque para as gangues que atuam no bairro Papoco e na Favela do Pirrichil, que já foram responsáveis por diversos assassinatos.

“Os confrontos envolvendo grupos rivais que disputam espaço entre si, tem feito muitas vítimas, principalmente jovens, que perdem suas vidas. Algo precisa ser feito com urgência para esses jovens deixem de morrerem por motivo torpe”, disse.

As favelas lideram os números da violência, seguidos de bairros afastados do centro da cidade, conforme o Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep). O Itep aponta em seus registros que as favelas do Fio, Tranquilim, Santa Helena, Malvinas, Ouro Negro, Pintos, Pantanal, dentre outras, já foram palcos de homicídios este ano.

Também já foram notificados homicídios nos bairros: Santo Antônio, Belo Horizonte, Costa e Silva, Alto de São Manoel, Bom Jardim, Alto da Conceição, além de outros que estão presentes no mapa da pobreza, rota dos assassinatos.

O psicólogo João Valério Alves Neto, que atende diariamente grupos conflitantes, nas áreas de grande incidência dos crimes o índice de analfabetismo está presente diretamente no surgimento da violência.

“Quanto mais alto for o nível de pobreza, maior a probabilidade do surgimento da violência naquela área carente. Desde cedo a criança começa a ter contato com a criminalidade e isto pode influenciar bastante na trajetória do indivíduo”, explicou o psicólogo.