Modelo japonês de polícia comunitária será implantado no Brasil

Policiais de todo o Brasil estão recebendo treinamento para se tornarem multiplicadores da chamada Polícia Comunitária. Antes das aulas presenciais, os militares passaram por 360 horas de estudo a distância, onde aprenderam sobre gestão e segurança pública, direitos humanos aplicados a atuação policial, mediação de conflitos, policiamento orientado, polícia e mediação comunitária. Tudo isto baseado no sistema Koban, um modelo japonês de polícia comunitária, criado e utilizado no Japão há mais de um século.
O principal objetivo da iniciativa é fazer com que a polícia fique mais perto do cidadão, e que a sociedade ajude no desenvolvimento de programas de segurança pública.
O analista de Políticas Sociais do Ministério da Justiça, Luciano Ribeiro, conta que ao todo são 240 policiais, de 24 Estados e do Distrito Federal, divididos em 6 turmas. Ele dá mais detalhes de como é esta fase presencial do curso, com 40 horas/aula.
“Eles conhecem mais a fundo esta teoria e podem ver de que forma uma filosofia que surgiu no Japão é estruturada, executada, na prática.”
Além disso, as teorias apresentadas no computador e em sala de aula também são vividas na rua, conhecendo bases comunitárias. São Paulo foi o primeiro Estado do Brasil a adotar o modelo de policiamento comunitário há 19 anos. E agora, o intuito que todas as polícias do Brasil utilizem o modelo, adaptando a realidade local. A capitã da Polícia Militar de São Paulo, Aline Cassola, explica a diferença entre a polícia tradicional e a polícia comunitária.
“O policiamento tradicional foca no criminoso, no crime. Já o policiamento comunitário atua no ambiente e nas pessoas, criando um vínculo de confiança entre o policial e a comunidade.”
Sempre que passa pelos policiais comunitários, a dona de casa Leodora Cavalheiro os cumprimenta e diz que gosta muito do trabalho deles.
“É muito bom. Eles são muito gentis, atendem todo mundo, vão à pracinha, conversam, fazem a ronda.”
O curso internacional de multiplicador de polícia comunitária é realizado pela Senasp, a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e, além de São Paulo, esta etapa ocorre também em Belo Horizonte, em Caxias do Sul e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.