Laíre Rosado: Reformas exigem negociações

O candidato Jair Bolsonaro carregou no discurso de mudar “tudo isso que está aí”, repetindo Lula na campanha de 2002. Todos sabem como findou o governo do PT. Sobre o futuro do governo Bolsonaro ainda existe a incógnita do que poderá acontecer.

Bolsonaro provocou deputados e senadores dizendo e repetindo que não teria negociação com partidos nem com líderes políticos. O governo seria montado com entendimentos entre Frentes Parlamentares. Seria um governo sem o “toma lá dá cá”.

Bolsonaro sabe muito bem que, sem o apoio do Congresso, as reformas não serão aprovadas. No Brasil há uma pulverização de legendas, tornando-se impossível governar em um presidencialismo multipartidário, sem coalizão. Os parlamentares representam eleitores e suas aspirações, sendo legítimo o atendimento aos seus pleitos. Contudo, é preciso que os acertos sejam mantidos dentro dos limites da ética e da legalidade.

Os eleitores estão surpresos com a anúncio de que o governo vai abrir os cofres. Negociará com os deputados e senadores, liberando o valor de R$ 5 milhões para cada parlamentar, em emendas do orçamento.

A surpresa não fica por aí. O Palácio do Planalto promete aos novatos, os de primeiro mandato, a concessão de uma espécie de bônus, já que só terão direito às emendas parlamentares a partir de 2020.