LAÍRE ROSADO: Hino Nacional Obrigatório

Sou do tempo em que se cantava o Hino Nacional nas escolas. Em ocasiões específicas, também eram entoados o Hino à Bandeira, o Hino da Independência e o Hino da República. Como estudei em colégio de religiosos, o Colégio Diocesano Santa Luzia, havia ainda uma oração inicial, diária, de agradecimento a Deus. Além disso, entre as matérias estudadas, estava a de Moral e Cívica e Boas Maneiras.

Os tempos mudaram. A grade curricular foi sendo alterada com o passar dos temos. Curso Ginasial, Curso Científico e o Clássico passaram a 1º e 2º graus. As universidades se multiplicaram pelo país. O Brasil deixou de ser uma nação constituída por uma maioria populacional de analfabetos. No momento atual, há grande expectativa de mudanças nos costumes político-administrativos.

Dentro desse quadro, destoou a exigência de cumprimento de lei federal obrigando a tocar o Hino Nacional Brasileiro, uma vez por semana, nas escolas de Ensino Fundamental. Num arroubo de patriotismo, o ministro Ricardo Vélez Rodrigues, brasileiro naturalizado, chegou a orientar que se filmassem as crianças cantando o Hino. Depois recuou, pedindo desculpas pelo gesto exagerado que havia determinado.

Muitos não sabem, mas proposta semelhante de obrigar aos alunos a execução do Hino nacional surgiu em 1936 no governo Getúlio Vargas. Anos depois foi reiterada no Regime Militar, em 1968 e 1971 e também no governo Lula, do PT.

Alguns defendem que a ideia pode resgatar o civismo e o patriotismo dos estudantes. Outros, ao contrário, veem a exigência como um retrocesso aos tempos de ufanismo da ditadura militar.

Se o que se pretende é cultuar o civismo, o modelo americano pode servir como sugestão. Por todo o país existe o costume do hasteamento da bandeira nacional, seja nas casas, carros, escolas, bares e restaurantes, hotéis, postos de combustíveis, etc…

No território americano, centenas de milhões de casas têm a bandeira do país hasteada em frente de casas particulares e, quando o hino nacional toca nas rádios, muitos chegam a parar o carro para cantá-lo.

Vamos cantar o Hino Nacional Brasileiro com o maior ufanismo possível, mas que isso não aconteça por obrigação, por exigência de uma lei federal.

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