Aquele que se eleva será rebaixado – Francinaldo Rafael

Enquanto Jesus pregava no monte a sublime mensagem consoladora das bem-aventuranças, os discípulos se aproximaram d’Ele e perguntaram:

– Quem é o maior no reino dos céus?

O Mestre respondeu que para entrar no reino dos céus era necessário se apequenar como uma criança, modelo de simplicidade de coração.

Aproxima-se então a mulher de Zebedeu e pede a Jesus o favorecimento dos filhos Tiago e João: que aos dois fosse concedido sentar-se um à direita e o outro à esquerda d’Ele. Perante a indignação dos demais apóstolos, o Mestre esclareceu que tal concessão não caberia a Ele. E os advertiu: “Aquele que quiser tornar-se o maior entre vós seja aquele que serve; e que aquele que quiser ser o primeiro entre vós, seja vosso escravo”.

Outro fato ocorreu quando Jesus entrou na casa de um dos principais fariseus para fazer a refeição. Observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs que quando participassem de qualquer celebração, verificassem se não haveria alguém mais considerável para tal assento. Com isso evitaria a vergonha do pedido de quem convida, para ceder o espaço a outrem. O prudente seria ocupar o último lugar e caso o anfitrião convoque para os primeiros, ai sim, seria motivo de glória perante os outros.

Conforme o Evangelho Segundo o Espiritismo, esses ensinamentos de Jesus são princípios de humildade, condição essencial para a felicidade.

Ao mesmo tempo, a doutrina mostra exemplos de pessoas que na Terra eram consideradas pequenas aos olhos de outros humanos muitas vezes recheados de orgulho, preconceito, egoísmo, e se tornaram grandes no mundo espiritual. Ao morrer levaram consigo a única coisa que proporciona grandeza no além-túmulo: as virtudes.

Por outro lado, maiores e poderosos com arroubos de superioridade e infalibilidade, se apequenaram. Ao deixar o mundo material não foi possível levar a riqueza, os títulos, a linhagem familiar, que proporcionavam a glória impermanente. Não tendo outra coisa, chegam no além como náufragos. Conservam apenas o orgulho, o que torna a nova condição mais humilhante, por verem exaltados aqueles que menosprezaram na Terra.

Conforme adverte a mensagem esclarecedora do Evangelho, é importante que não dos deixemos ser dominados pelo orgulho, nem nos colocarmos na posição de sempre merecedores do primeiro ou do  melhor lugar em tudo, se não quisermos ser obrigados a descer depois. Lembremos que as reencarnações sucessivas são como uma longa viagem onde se necessita trocar de transporte várias vezes, e não se sabe as condições do próximo veículo.