Veganismo hoje: o que é, por que cresce e como influencia o mercado
Com crescimento contínuo e novos perfis de público, o veganismo se consolida como tendência global e econômica
Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, em 2024, 7% da população brasileira já se declara vegana, o que corresponde a cerca de 14 milhões de pessoas. Além disso, 74% dos brasileiros afirmam querer reduzir o consumo de carne, um indicativo de que existe um interesse por alimentação baseada em plantas e por práticas de consumo mais sustentáveis. Esse aumento tem ampliado a presença do veganismo no debate público, nas pesquisas de mercado e nos hábitos do dia a dia.
O movimento não envolve apenas escolhas alimentares, mas uma reflexão ética e ambiental que dialoga com mudanças globais. Essa expansão se reflete tanto no comportamento dos consumidores quanto na atenção crescente da indústria e do varejo. Os números dialogam com dados reunidos pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), que registra a expansão contínua do tema entre jovens, atletas e famílias inteiras.
Estilo de vida ou dieta? Entenda as definições e o crescimento do setor
Veganismo e vegetarianismo são termos frequentemente associados, mas representam práticas distintas. O vegetariano estrito exclui alimentos de origem animal da dieta. Já o vegano adota um estilo de vida que busca evitar qualquer exploração de animais, o que inclui escolhas relacionadas a vestuário, cosméticos, higiene pessoal, entretenimento e outros produtos do cotidiano.
Essa diferença conceitual ajuda a explicar por que o veganismo cresce não apenas como uma tendência alimentar, mas como um movimento social. Segundo informações do portal Vegan Business, o mercado vegano brasileiro deve ter um crescimento anual de 13,6% até 2027. A previsão acompanha a expansão do setor plant-based no país, que já registrou R$ 821 milhões de faturamento em 2022, um crescimento de cerca de 42% em relação a 2021.
Esse avanço não se limita às alternativas à carne. O segmento de bebidas vegetais, como leite de amêndoas, soja, aveia e castanhas, também teve desempenho significativo. Juntos, os dados sinalizam um movimento consolidado, guiado por consumidores que desejam opções mais sustentáveis e que atendam a preferências alimentares diversas.
O prato do dia a dia: nutrição completa sem origem animal
A dieta vegana é baseada em alimentos naturais, como frutas, legumes, verduras, grãos, sementes e leguminosas, sem consumo de qualquer item ou alimento que tenha origem animal.
Em vez de se concentrar na restrição, pesquisadores e nutricionistas destacam a abundância de nutrientes presentes em uma alimentação vegetal bem planejada. Entre as principais fontes de energia e proteína, estão feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, tofu, ervilha e uma variedade de cereais integrais.
O aumento de opções disponíveis nos supermercados também facilitou a adoção desse estilo de vida. Produtos como hambúrgueres vegetais, queijos à base de oleaginosas e iogurtes feitos de aveia ou coco ampliam o acesso e oferecem alternativas práticas para o cotidiano.
O consumo adequado de proteínas é um dos pontos que mais despertam dúvidas entre iniciantes. Para quem tem uma rotina corrida ou pratica esportes, alcançar a quantidade ideal de nutrientes apenas com alimentos sólidos pode ser um desafio pelo volume necessário.
Por isso, o uso de proteína vegana concentrada se tornou uma estratégia popular para garantir o aporte nutricional de forma rápida e eficiente. Esse recurso não é obrigatório e tampouco representa um custo indispensável, mas pode apoiar pessoas em períodos de maior demanda física ou agenda apertada.
Veganismo como movimento global e em expansão
O crescimento do mercado mostra que empresas estão se adaptando às novas demandas, ao mesmo tempo em que consumidores demonstram maior interesse por escolhas de menor impacto ambiental e alinhadas a preocupações éticas.
Assim, o veganismo se fortalece por razões que combinam saúde, ética, meio ambiente e inovação.