Dos 10 produtos mais exportados do RN para os EUA, só 2 escaparam do tarifaço de Trump

Dos dez produtos mais exportados do Rio Grande do Norte para os Estados Unidos no ano passado, só dois escaparam do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. São eles: óleos de petróleo e pedras de construção, como o granito. Os demais produtos passarão a ser submetidos a uma taxa de 50%, o que praticamente inviabilizará a entrada desses itens potiguares no mercado americano.

 

Os dois produtos que escaparam do tarifaço estão em uma lista de 694 exceções que o governo americano definiu para a sobretaxa sobre as mercadorias brasileiras. Fora esses itens, o restante vai receber uma tarifa adicional de 40%, elevando o valor total da sobretaxa para 50% —considerando os 10% anunciados em abril. As taxas devem entrar em vigor em 6 de agosto, segundo anúncio da Casa Branca.

Enquanto uma solução não é apresentada, embarcações já não vão para o mar nos próximos dias. Ele diz também que o próprio abastecimento interno poderá ser afetado, pois todo o setor fica prejudicado com a saída do mercado principal (os EUA).

 

“A exportação para os Estados Unidos é responsável por 80% da exportação de pescados do Rio Grande do Norte. No caso da pesca industrial (oceânica, de atum) é 100% Estados Unidos. Além disso, os EUA representam entre 70% e 80% do faturamento das empresas. O tarifaço vai inviabilizar a saída dos barcos. Nessa próxima rodada, a maioria das embarcações já estão em terra. E vai inviabilizar, porque os outros 30% do faturamento eram agregados à exportação. Se não tem mercado principal, não tem como as embarcações saírem”, declarou Arimar.

 

Sobre possíveis demissões, ele afirma que o momento é de cautela. “A gente não quer demitir. A gente está conversando com a Delegacia Regional do Trabalho, discutindo uma forma de fazer afastamento, treinamento para o pessoal por um período. A gente acredita que, nos próximos meses, isso será revertido. Ou ao menos um pouco aliviado”, concluiu.

 

Entenda a taxação

A sobretaxa de 50%, que havia sido anunciada por Donald Trump no dia 9 de julho, foi confirmada nesta quarta-feira 30 através de um decreto presidencial. Está entre as maiores implementadas para países que exportam aos EUA e possui motivação mais política que econômica.

 

O decreto que implementa as tarifas cita o nome de Jair Bolsonaro (PL) e diz que o ex-presidente —réu no STF (Supremo Tribunal Federal) em processo que apura trama golpista em 2022— sofre perseguição da Justiça brasileira.

 

Em comunicado, a Casa Branca disse que a medida oficializada nesta quarta visa “lidar com as políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

 

“Membros do governo do Brasil têm tomado medidas que interferem na economia dos EUA, infringem os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos norte-americanos, violam os direitos humanos e minam o interesse dos Estados Unidos em proteger seus cidadãos e empresas.”

 

O texto diz ainda que políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA. Também acusa o Brasil de violar direitos humanos.

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